Gritar com adolescentes não funciona, conclui estudo
Pesquisa que analisou a reação ao tom de voz de mães revela que falas tranquilas têm maiores chances de serem compreendidas, e absorvidas, pelos filhos
De acordo com um novo estudo da Universidade de Cardiff (País de Gales), publicado no último dia 26, adolescentes tendem a cooperar mais com suas mães quando as ordens são emitidas em um tom menos controlador. O uso de uma voz agressiva, afirmam os cientistas, pode resultar em uma gama de sentimentos ruins por parte dos jovens, promovendo até mesmo um maior distanciamento entre o filho e seus pais.
O estudo envolveu mais de mil adolescentes, tanto garotos quanto garotas, entre os 14 e os 15 anos. Trata-se do primeiro trabalho a investigar a resposta dos jovens ao tom de voz da mãe na hora de passar instruções educativas.
Na pesquisa, cada um dos participantes ouviu mensagens que possuíam conotação controladora, neutra ou compreensiva. O conteúdo das frases incluía instruções como “Está na hora de ir para a escola” e “Você deverá ler este livro hoje à noite”. Depois de escutá-las, os adolescentes responderam sobre como se sentiriam e reagiriam caso suas mães se dirigissem a eles daquela forma. As falas calmas e motivantes mostraram-se mais eficientes para o cumprimento das ordens, e ainda em relação ao bem-estar dos jovens.
Para os pesquisadores, o estudo mostra que o tom de voz é muito importante na comunicação humana, podendo provocar até mesmo reações físicas nos receptores das mensagens, como aumento da frequência cardíaca. Assim, prova-se mais efetivo que os pais deem preferência a um tom de voz calmo e encorajador, até mesmo nos momentos estressantes. De acordo com os cientistas, o mesmo pressuposto talvez valha para outras figuras de autoridade, como professores.