Cientistas fazem descoberta sobre maior salmão que já existiu
Dente de sabre, na verdade, tinha formato de espinho
Há algo entre 12 e 5 milhões de anos, um animal assustador frequentava as águas salgadas do Noroeste Pacífico Americano. Conhecido cientificamente como Oncorhynchus rastrosus, a espécie foi a maior da família dos salmões já registrada, podendo chegar a 2,7 metros, e tinha como aspecto mais curioso dois dentes que se projetavam para fora na parte mais anterior da cabeça. Agora, cientistas estadunidenses descobriram que o aparato não era exatamente como se imaginava até agora.
Por muito tempo, os fósseis dos dentes foram encontrados separados dos da cabeça, o que fez os pesquisadores acreditarem que esses dentes se projetavam como presas. Isso levou o animal a ficar conhecido popularmente como Salmão Dente de Sabre, mas, de acordo com um artigo publicado nesta quarta-feira, 24, os dentes não apontavam para baixo, como se acreditava, mas para os lados.
Os autores defendem que ele seja renomeado de Salmão Dente de Sabre para Salmão Dente de Espinho. A descoberta provoca mudanças no que se acredita a respeito do comportamento desses animais. “Há décadas sabemos que estes salmões extintos foram os maiores que já existiram, mas descobertas como a nossa mostram que provavelmente não eram gigantes gentis”, diz a autora do artigo, Kerin Claeson, em comunicado.
De acordo com eles, é pouco provável que os dentes fossem usados para caçar, já que esses animais filtravam a água para se alimentar de plâncton, de maneira semelhante ao que fazem as baleias. “Esses enormes espinhos na ponta do focinho teriam sido úteis para se defender contra predadores, competir contra outros salmões e, por fim, construir os ninhos onde incubam seus ovos”, afirma Claeson.
O animal foi descrito pela primeira vez na década de 1970, com estimativas apontando que ele poderia passar dos 400 quilos. Desde 2016 são públicas as discussões sobre a orientação da suposta presa, mas só agora o artigo científico cravando a descoberta foi publicado, no periódico científico Plos ONE.