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Cidade faraônica de 3.500 anos é encontrada sob ruínas gregas no Egito

Descoberta de templo de Ramsés II e instalações ligadas à produção de vinho indica que a região já era ocupada por egípcios séculos antes dos gregos

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 abr 2025, 16h30

Uma equipe de arqueólogos descobriu no Egito os restos de uma antiga cidade do tempo dos faraós escondida sob ruínas gregas. A área, que fica perto de Alexandria, no delta do Nilo, era conhecida como um assentamento da era helenística — mas por baixo dela surgiu algo muito mais antigo: um povoado do Império Novo do Egito, com cerca de 3.500 anos. Entre os achados estão muros, ruas, vasos, peças de templo e até uma estrutura ligada à produção de vinho. A principal surpresa foi um conjunto de blocos com inscrições em hieróglifos que pertenceram a um templo do faraó Ramsés II, um dos mais poderosos da história egípcia.

O sítio, chamado de Kom el-Nugus, fica numa elevação rochosa entre o Mar Mediterrâneo e o Lago Mariút. Embora os pesquisadores já soubessem da existência de estruturas da época grega no local, as escavações mais recentes revelaram construções ainda mais antigas feitas com tijolos de barro, típicas do Egito faraônico. Essas casas estavam organizadas em torno de uma rua com sistema de drenagem, o que indica uma ocupação planejada.

Os cientistas também encontraram uma ânfora com o nome de Meritáton, filha de Akhenaton e Nefertiti, o que ajuda a datar o local como sendo da 18ª dinastia egípcia (entre 1550 e 1292 a.C.). Isso mostra que a cidade existia muito antes da chegada dos gregos à região, no século IV a.C.

A block from a temple dedicated by Ramses II
Bloco de calcário com hieróglifos encontrado no templo dedicado por Ramsés II, em Kom el-Nugus, no norte do Egito (G. Pollin © Institut Français d’Archéologie Orientale/Reprodução)

Por que o templo de Ramsés II é importante?

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Entre os blocos reutilizados nas construções posteriores, os arqueólogos identificaram elementos de um templo dedicado a Ramsés II. O faraó, que governou entre 1279 e 1213 a.C., é lembrado por sua longa gestão e por expandir o território egípcio. A descoberta reforça a ideia de que a região tinha valor estratégico e econômico, provavelmente ligada à produção de vinho e à defesa da fronteira oeste do Egito contra invasões vindas da Líbia.

Fragmentos de capelas privadas e pequenas tigelas de cerâmica também foram encontrados, e os pesquisadores acreditam que a cidade pode ter servido como base temporária ou sazonal — talvez até como guarnição militar.

O que essa descoberta muda na história do Egito?

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Até agora, os estudiosos achavam que essa parte do delta do Nilo só havia sido ocupada a partir do domínio grego, após a conquista de Alexandre, o Grande. Mas o novo achado muda esse cenário. Agora se sabe que os egípcios já estavam ali séculos antes, estabelecendo uma cidade complexa e estruturada no norte do país.

O nome original da cidade ainda é desconhecido, e os estudos continuam. Os arqueólogos esperam que as próximas escavações revelem mais pistas sobre o cotidiano, a economia e o papel dessa região durante o auge do Egito faraônico.

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