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Busca por submersível desaparecido entra em fase crítica

Embarcação submarina da OceanGate Expeditions deve chegar ao fim da reserva de oxigênio em poucas horas

Por Da Redação Atualizado em 22 jun 2023, 12h24 - Publicado em 22 jun 2023, 09h17

A busca pelo submersível desaparecido em uma expedição para ver os destroços do Titanic, no Atlântico Norte, se aproximou da marca crítica nesta quinta-feira, 22, Estima-se que o Titan tinha cerca de quatro dias de reserva de ar quando foi lançado ao mar na manhã de domingo, 18. Isso coloca o prazo para encontrar e resgatar o submarino aproximadamente entre 6h e 8h, com base nas informações fornecidas pela Guarda Costeira dos EUA e pela OceanGate Expeditions, empresa por trás da expedição.

Especialistas enfatizaram que é uma estimativa imprecisa e pode ser estendida se os passageiros tomarem medidas para conservar o ar respirável. As equipes de resgate enviaram mais navios e embarcações para o local do desaparecimento – e a Guarda Costeira dos EUA disse na quinta-feira que um robô submarino enviado por um navio canadense alcançou o fundo do mar e começou a procurar o submarino. As autoridades esperam que os sons subaquáticos possam ajudar a restringir sua busca, cuja área de cobertura foi expandida para milhares de quilômetros e em águas de 4 quilômetros de profundidade.

O submersível Titan, de 6,4 metros, operado pela OceanGate Expeditions, com sede nos Estados Unidos, começou sua descida submarina às 6h de domingo. A embarcação perdeu contato com o navio de superfície logo depois disso, durante o que deveria ter sido um mergulho de duas horas para chegar aos destroços do Titanic. A busca cobre 26.000 quilômetros quadrados de área.

O Titan foi projetado para permanecer submerso por 96 horas, de acordo com suas especificações. Isso daria a seus ocupantes ar suficiente até aproximadamente 6h da quinta-feira, se permanecesse intacto. Especialistas disseram que uma série de fatores afetou esse prazo, incluindo se ainda haveria energia.

Foto do submarino Titan
Foto do submarino Titan (Agência Marcos Pontes/Reprodução)
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As autoridades informaram que iniciaram as buscas no domingo, dia 18, à noite, em águas cerca de 700 quilômetros ao sul de St. John’s, Newfoundland. Estão a bordo um piloto, um britânico, um empresário paquistanês e seu filho, além de outro passageiro. “É uma área remota, o que torna a busca um desafio”, disse o contra-almirante John Mauger, comandante da Guarda Costeira dos EUA, envolvido na força-tarefa.

O quebra-gelo canadense Polar Prince, que estava apoiando o Titan, teria perdido contato com o submersível cerca de uma hora e 45 minutos depois de submergir, no domingo, às 6h. O navio continuará a fazer buscas na superfície durante a noite e as aeronaves canadenses de reconhecimento Boeing P-8 Poseidon retomarão suas buscas na superfície pela manhã, informou a Guarda Costeira dos EUA no Twitter. Duas aeronaves americanas, Lockheed C-130 Hercules, também realizaram sobrevoos.

A Guarda Costeira disse na segunda-feira que havia um piloto e quatro “especialistas de missão” a bordo. Pilotando a embarcação estava Stockton Rush, que fundou a OceanGate em 2009 para fornecer submersíveis tripulados para pesquisadores e exploradores submarinos, de acordo com o site da empresa.

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Os passageiros do Titan, do alto, à esquerda, em sentido horário: Hamish Harding, Stockton Rush, Paul-Henri Nargeolet, Suleman Dawood e seu pai Shahzada Dawood (Dirty Dozen Productions/ DAWOOD HERCULES CORPORATION/AFP)

O empresário britânico Hamish Harding, que mora em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi um dos especialistas da missão, segundo a Action Aviation, empresa da qual ele é presidente. Harding é um aventureiro bilionário que detém três Guinness World Records, incluindo a maior duração em profundidade total do oceano por um navio tripulado.

Também a bordo estão os paquistaneses Shahzada Dawood e seu filho Suleman, de acordo com um comunicado da família. Os Dawoods pertencem a uma das famílias mais proeminentes do Paquistão. Sua empresa homônima investe em todo o país na agricultura, na indústria e no setor de saúde. O empresário também faz parte do conselho de administração do Instituto Seti, com sede na Califórnia, que busca inteligência extraterrestre.

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O quinto tripulante é Paul-Henry Nargeolet, um ex-oficial da marinha francesa considerado um especialista em Titanic depois de fazer várias viagens aos destroços ao longo de várias décadas. Ele é diretor de pesquisa subaquática do E/M Group e RMS Titanic Inc., completou 37 mergulhos no naufrágio e supervisionou a recuperação de 5.000 artefatos, de acordo com o perfil de sua empresa.

A expedição foi a terceira viagem anual da OceanGate a registrar a deterioração do Titanic, que atingiu um iceberg e afundou em 1912, matando quase 700 dos cerca de 2.200 passageiros e tripulantes. O grupo inicial de turistas em 2021 pagou de 100.000 a 150.000 dólares cada um para ir na viagem. O site da OceanGate descreveu a “taxa de apoio à missão” para a expedição de 2023 como 250.000 dólares por pessoa.

Em nota enviada a VEJA, a OceanGate disse que não conseguiu estabelecer comunicação com o veículo de exploração submersível que está visitando o local do naufrágio do Titanic: “Todo o nosso foco está no bem-estar da tripulação e todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para trazer os cinco tripulantes de volta com segurança. Somos profundamente gratos pela assistência urgente e extensa que estamos recebendo de várias agências governamentais e empresas de águas profundas enquanto buscamos restabelecer contato com o submersível. Rezamos pelo retorno seguro da tripulação e dos passageiros e forneceremos atualizações assim que estiverem disponíveis”.

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