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Atividade humana contribuiu para a extinção do rinoceronte-lanudo

Uma pesquisa revelou que a caça sustentada impediu a espécie de acessar habitats favoráveis

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jun 2024, 18h22 - Publicado em 5 jun 2024, 18h24

Pesquisadores identificaram que a caça sustentada por humanos impediu o rinoceronte-lanudo de acessar habitats favoráveis à medida que a Terra aquecia após a Última Idade do Gelo. A descoberta foi feita utilizando modelagem computacional para solucionar esse antigo mistério.

A pesquisa revela que uma combinação de temperaturas frias e caça contínua reduziu a distribuição do rinoceronte para o sul há 30.000 anos. Segundo o professor associado Damien Fordham, do Instituto Ambiental da Universidade de Adelaide, essa caça sustentada impediu que a espécie se deslocasse para novos habitats que surgiam no norte da Eurásia, resultando em sua desestabilização e eventual extinção.

O rinoceronte-lanudo, uma espécie icônica da megafauna com pele espessa e pelo longo, percorreu vastas áreas do norte e centro da Eurásia antes de seu desaparecimento, há cerca de 10.000 anos. Estudos anteriores sugeriam que os humanos não tinham papel na extinção dessa espécie, mas a nova análise contradiz essa visão.

A professora Eline Lorenzen, do Globe Institute da Universidade de Copenhague, explicou que a análise demográfica recente teve uma resolução muito superior à de estudos genéticos anteriores. Isso permitiu identificar interações importantes entre os rinocerontes-lanudos e os humanos, documentando como essas interações mudaram ao longo do tempo, incluindo níveis baixos e persistentes de caça para alimentação.

Hoje, os humanos continuam a representar uma ameaça ambiental semelhante, com populações de grandes animais sendo empurradas para habitats fragmentados devido à caça excessiva e às mudanças no uso da terra. No final do Pleistoceno, existiam 61 espécies de grandes herbívoros terrestres pesando mais de uma tonelada; hoje, apenas oito sobrevivem, cinco das quais são rinocerontes.

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O professor David Nogues-Bravo, coautor do estudo, enfatiza que a compreensão das extinções passadas é crucial para desenvolver estratégias de conservação que protejam espécies atualmente ameaçadas, como os rinocerontes na África e na Ásia. Estudando essas extinções, podemos aprender lições valiosas para salvaguardar os grandes animais que ainda existem na Terra.

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