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Asteroides ‘escondidos’ perto de Vênus podem ameaçar a Terra, alerta estudo

Pesquisa liderada por brasileiro aponta que asteroides na órbita de Vênus podem ameaçar a Terra; detectar todos pode exigir missão espacial

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 Maio 2025, 10h00

Embora a maior parte dos asteroides do sistema solar esteja concentrada entre Marte e Júpiter, há outros corpos que compartilham a órbita de planetas. É o caso de 20 asteroides já identificados que coorbitam com Vênus — ou seja, giram ao redor do Sol seguindo um caminho semelhante ao do planeta. O problema é que, apesar de não ameaçarem diretamente Vênus, esses objetos podem cruzar a órbita da Terra e se tornar perigosos.

Um novo estudo, liderado por Valerio Carruba, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), alerta para a existência de uma população ainda desconhecida desses asteroides que, por estarem muitas vezes ocultos pelo brilho do Sol, escapam da observação dos telescópios terrestres. A pesquisa foi submetida à revista Astronomy and Astrophysics e está disponível no repositório científico arXiv.

Qual é o risco para a Terra?

Segundo os autores, asteroides com mais de 140 metros de diâmetro e que passam a menos de 0,05 unidades astronômicas da órbita da Terra (cerca de 7,5 milhões de quilômetros) são classificados como potencialmente perigosos. Objetos desse porte podem atingir o planeta com energia equivalente a centenas de megatons de TNT, milhares de vezes mais potente que as bombas atômicas da Segunda Guerra Mundial.

O estudo simulou, por 36 mil anos, o comportamento orbital de 26 asteroides “clonados” — ou seja, com variações possíveis nas suas trajetórias. Os resultados mostraram que alguns desses corpos podem sim, ao longo do tempo, colidir com a Terra, especialmente os que têm órbitas mais regulares e inclinadas.

Além disso, os asteroides coorbitais de Vênus possuem órbitas altamente caóticas, com o chamado tempo de Lyapunov de cerca de 150 anos — um indicativo de que suas trajetórias se tornam imprevisíveis nesse intervalo. Isso dificulta qualquer projeção confiável a longo prazo sobre seu deslocamento.

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Por que é tão difícil encontrá-los?

Esses asteroides são particularmente difíceis de detectar da Terra porque, na maior parte do tempo, estão muito próximos da linha do Sol no céu, o que inviabiliza observações com telescópios convencionais. De acordo com os pesquisadores, eles só podem ser vistos em janelas específicas do ano, quando atingem o ponto de maior afastamento angular do Sol e, ao mesmo tempo, estão próximos da Terra.

O estudo testou a possibilidade de detecção com o Observatório Vera Rubin, que entra em operação em julho de 2025 e deve revolucionar o monitoramento de objetos próximos da Terra. Os autores reconhecem que o telescópio poderá encontrar parte desses asteroides, mas consideram que será preciso um esforço dedicado — possivelmente com sondas no espaço — para mapear de forma mais completa essa população invisível.

Qual seria a solução?

Uma das alternativas apontadas no artigo é realizar observações a partir da órbita de Vênus, voltadas para longe do Sol. Isso eliminaria o problema do brilho solar e ampliaria as chances de detecção. Os autores sugerem que missões espaciais posicionadas em pontos estratégicos, como os halos L1 ou L2 entre o Sol e Vênus, podem oferecer a visibilidade necessária para identificar esses objetos com mais precisão.

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Apesar de o alerta não indicar um risco iminente, os cientistas reforçam que o desconhecimento sobre a quantidade e as órbitas desses asteroides representa um desafio à segurança planetária. E quanto mais cedo forem descobertos, maiores as chances de desenvolver estratégias eficazes para evitar um eventual impacto.

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