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Araras podem aprender novos truques com seus pares, assim como os humanos; mostra estudo

Cientistas observaram que essas aves conseguem copiar ações vistas em colegas de cativeiro, indicando formas complexas de transmissão cultural entre animais

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 set 2025, 17h00

As araras-de-garganta-azul (Ara glaucogularis), uma das espécies mais ameaçadas do planeta, acabam de ganhar um novo destaque: elas conseguem aprender apenas observando interações alheias. Essa forma de aprendizado, chamada de “imitação em terceira pessoa”, até então era considerada uma exclusividade humana.

Pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, e colaboradores testaram 14 araras em cativeiro, divididas em dois grupos. Um deles pôde assistir a demonstrações de companheiras treinadas executando movimentos incomuns, como levantar a pata, girar em círculo, sacudir a cabeça, emitir um chamado e bater as asas, sempre em resposta a gestos de humanos. O outro grupo recebia os mesmos comandos, mas sem nunca ver a demonstração.

O resultado foi impressionante. As aves que observaram o modelo aprenderam, em média, quatro das cinco ações propostas, enquanto o grupo sem demonstração ficou em apenas duas. Além disso, as observadoras aprenderam mais rápido e com mais precisão, acertando os gestos em muito menos sessões de treino. Em alguns casos, chegaram até a imitar espontaneamente antes mesmo de receber o comando oficial — como se não resistissem a copiar o que tinham acabado de ver.

O que isso significa para as aves (e para nós)

Esse tipo de aprendizado é fundamental porque abre caminho para comportamentos sociais mais complexos. Em humanos, a imitação em terceira pessoa ajuda na transmissão de normas e tradições, como danças, rituais e gestos que reforçam a identidade do grupo. Para as araras, que vivem em sociedades dinâmicas, com bandos que se desfazem e se juntam constantemente, essa habilidade pode ser uma peça-chave para a coesão social e até para o surgimento de “tradições culturais” dentro dos bandos.

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Outro dado chama atenção: mesmo sem nunca terem sido treinadas para copiar ações de humanos, as araras conseguiram distinguir comandos gestuais arbitrários e responder corretamente, algo que cães — apesar de milênios de domesticação — falharam em testes semelhantes. Isso reforça a ideia de que os papagaios e araras possuem uma predisposição natural para observar, interpretar e repetir comportamentos, uma vantagem evolutiva em ambientes sociais complexos.

Os próximos passos

Como todo experimento desse tipo, há ressalvas. A amostra foi pequena — apenas seis aves no grupo de teste e cinco no controle — e os cientistas se limitaram a cinco ações por questão prática. Ainda assim, os resultados abrem uma nova frente para entender como a cultura animal pode surgir fora do universo dos primatas.

Os autores sugerem que estudos futuros ampliem o repertório de comportamentos testados e investiguem se, na natureza, as araras também transmitem gestos ou movimentos entre si. Se isso for confirmado, estaríamos diante de uma forma rudimentar de cultura em aves, baseada não só no canto ou na vocalização, mas também em movimentos corporais.

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