A superlua de sangue de lobo
O último eclipse lunar total pôde ser visto por curiosos em todas as Américas e em parte da Europa e da África, mas não na Ásia nem na Oceania
O apelido do fenômeno natural retratado acima, um eclipse lunar total, é pomposo e tem ares algo místicos: Superlua de Sangue de Lobo. A foto é um registro feito pelas lentes telescópicas do astrônomo amador americano Johnny Horne, que flagrou o momento de estupenda beleza, na madrugada da segunda-feira 21, a partir de seu quintal, na cidade de Stedman, na Carolina do Norte (EUA). Ele forneceu as imagens do eclipse — que depois rodaram o mundo — ao jornal The Fayetteville Observer, no qual trabalhou como editor de fotografia até se aposentar. Apesar de pouco importar para a ciência, o evento cosmológico mobilizou a atenção de milhões. O eclipse lunar total se dá quando a Terra joga sua sombra sobre o solo iluminado do satélite. A alcunha Superlua deve-se ao fato de que o satélite se encontra em seu ponto mais próximo do planeta. Usa-se “Sangue” para descrevê-lo por causa, claro, da coloração avermelhada, adquirida em razão do modo pelo qual são refletidas as luzes naturais terrestres no exato instante em que o globo se alinha no centro entre a Lua e o Sol. Já o complemento “Lobo” tem a seguinte explicação: conta-se que uma parcela das tribos nativas americanas nomeava assim a primeira lua cheia de janeiro, quando as alcateias estariam mais famintas e emitindo uivos tenebrosos. O último eclipse lunar total pôde ser visto por curiosos em todas as Américas e em parte da Europa e da África, mas não na Ásia nem na Oceania. Os que não o observaram terão de esperar mais do que gostariam: o próximo evento de uma superlua de sangue só deve ocorrer em 2021.
Publicado em VEJA de 30 de janeiro de 2019, edição nº 2619