A música é universal, mas há uma exceção: as de amor
Estudo mostra que canções românticas são menos intercambiáveis entre culturas que as de ninar ou dançar
Existem músicas para todas as ocasiões, desde rituais religiosos até as mais diversas baladas. Mas será que os diferentes gêneros são produzidos e reconhecidos da mesma maneira em todo o mundo? De acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira, 7, as românticas são mais difíceis de reconhecer.
A pesquisa foi realizada com 5 mil indivíduos de 49 países e praticantes de diferentes línguas e culturas. Para identificar se os ritmos são reconhecíveis em diferentes lugares, os cientistas apresentaram quatro tipos diferentes de músicas para os participantes: românticas, de ninar, de rituais de cura ou dançantes. Os indivíduos tiveram facilidade de reconhecer os três últimos, mas o primeiro gerou mais confusão.
Os participantes foram divididos em 28 grupos, de acordo com a língua que falavam. 27 deles reconheceram as músicas de dançar e todos conseguiram identificar as canções de ninar, mas, quando se tratava das românticas, elas só foram compreendidas por 12 dos 28 grupos.
Os pesquisadores explicam que essa dificuldade pode se explicar pela variabilidade intrínseca das músicas românticas. “As canções de amor podem ser uma categoria particularmente confusa que inclui canções que expressam felicidade e atração, mas também tristeza e ciúme”, afirma a autora principal do artigo publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences, Lidya Yurdum.
Apesar da confusão com as canções de amor, os outros resultados surpreenderam por sublinharem o quão arraigada é a música no subconsciente humano e mostrarem que a experiência que cada um sente é quase universal.