Turistas brasileiros começam a deixar Bariloche após nevasca
Passageiros decidiram fazer longas viagens de ônibus em direção a Neuquén e Buenos Aires, cujos aeroportos operam normalmente

Após uma nevasca forçar o cancelamento de dezessete voos na segunda-feira, a situação no Aeroporto Teniente Luis Candelaria de San Carlos, em Bariloche, na Argentina, está sendo normalizada, com turistas brasileiros deixando a cidade aos poucos. Em nota, a Secretaria de Turismo local disse que os voos começaram a ser normalizados e que espera realocar todos os passageiros nas próximas horas.
Desde a madrugada desta terça-feira, dois voos decolaram com destino a Buenos Aires. Estão programados outras 22 decolagens. A fila de espera no aeroporto supera 300 metros de extensão, mas nem todos os passageiros poderão embarcar nessas viagens.
A empresa Aerolíneas Argentinas tem evitado reprogramar os voos e preferiu reembolsar os passageiros prejudicados pela nevasca. Em sua página no Facebook, a companhia aérea justificou a decisão com o argumento de que a alta ocupação pelo início da temporada de férias de inverno impossibilitava programar voos especiais.
A obstetra brasileira Liduina Rocha, que estava com o marido e os filhos em Bariloche, disse que a empresa Latam não ofereceu suporte aos passageiros que ficaram impedidos de deixar a cidade. “Não houve auxílio de onde ficar. A alimentação foi oferecida para poucas pessoas. Conseguimos sair tateando uma rota que a empresa em momento nenhum nos ofereceu”, disse Rocha a VEJA.
Liduina afirmou que arcou com os custos de uma viagem de ônibus para Neuquén – localizada a mais de 430 quilômetros de Bariloche -, onde conseguiu pegar um voo de volta para casa. Ela descobriu posteriormente que a Latam disponibilizava ônibus até Buenos Aires desde segunda. “Isso foi outra saga. Muitas pessoas que estavam conosco desde sexta ainda estão lá.”
A iniciativa de disponibilizar quatorze ônibus para desafogar o aeroporto partiu do prefeito da cidade, Gustavo Gennuso, em parceria com a empresa Vía Bariloche. Alguns turistas, no entanto, se recusaram a enfrentar as mais de 23 horas de viagem até Buenos Aires, tempo este que poderia ser duplicado diante das condições da Rota 237, que vai de Bariloche até Piedra Aguila.
Outros se dispuseram a encarar a viagem, mas, por causa da demanda, ficaram de fora das primeiras listas de passageiros que serão trasladados e permanecerão à espera de uma solução por parte das companhias aéreas. A Latam contava com quatro voos programados para esta terça-feira, todos com destino a Buenos Aires.
Em nota, a Latam diz estar fazendo o possível para reacomodar os passageiros afetados por cancelamentos e reprogramações. A empresa afirma que as operações estão sendo retomadas gradualmente e pede para os passageiros checarem com antecedência a situação dos voos.
“A Latam Airlines lamenta os possíveis inconvenientes que esta situação possa provocar e está oferendo alternativas para que os clientes com voos programados para Bariloche nos dias 15, 16, 17 e 18 de julho possam modificar suas viagens”, afirmou a nota. “A companhia reitera seu compromisso com os mais altos padrões de segurança e qualidade de serviço e esclarece ainda que segue a legislação vigente no setor para assistência a passageiros dos mercados que opera.”
(Com Estadão Conteúdo)