Traficante Tuta, líder do PCC e preso na Bolívia, é levado para Penitenciária Federal de Brasília
Transportado em aeronve da PF, ele ficará no mesmo presídio onde Marcola está desde 2019

Um dos líderes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi expulso neste domingo, 18, da Bolívia, onde acabou preso numa ação conjunta da Polícia Federal com a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC). Transferido para o Brasil, ele foi entregue à PF em Corumbá, cidade fronteiriça do Mato Grosso do Sul, e encaminhado para a Penitenciária Federal em Brasília. A informação é do Ministério da Justiça e Segurança Pública, dizendo que o presídio tem como objetivo isolar lideranças criminosas e presos de alta periculosidade.

Foragido há cinco anos, ele foi detido na sexta-feira em Santa Cruz de la Sierra por uso de documento falso. Tuta é apontado com um dos principais articuladores do esquema internacional de lavagem de dinheiro do PCC e também como sucessor de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, preso desde 2019 na penitenciária de Brasília.
Transferência em avião da PF
A transferência do traficante para o Brasil foi coordenada pelos Ministério da Justiça e Segurança Pública e de Relações Exteriores. A operação contou com 50 agentes da PF, incluindo 12 operadores do Comando de Operações Táticas (COT). O transporte da fronteira até Brasília foi feito em uma aeronave da PF.

Na escolta até a Penitenciária Federal em Brasília, participaram 18 homens da Polícia Penal Federal, com apoio das polícias Militar e Civil do Distrito Federal. Tuta é condenado a 12 anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas e foi identificado pela polícia boliviana porque fazia parte da Lista de Difusão Vermelha da Interpol desde 2020.
De acordo com o governo brasileiro, Marcos Roberto foi preso após comparecer em uma unidade policial boliviana para tratar de questões migratórias, apresentando documento falso em nome de Maicon da Silva, que também constava no banco internacional de dados. Um agente local, então, acionou um oficial da PF em Santa Cruz de la Sierra, que enviou a informação para a central da Interpol em Brasília. A confirmação de que se tratava de um dos chefes do PCC veio com o cruzamento dos dados biométricos. A prisão foi realizada pela FELCC.
O criminoso tem na sua ficha duas prisões decretadas após trabalho de investigações do Ministério Público de São Paulo. Em 2020, na Operação Sharks, ele foi um dos principais alvos. Segundo o MP à época, após a transferência de Marcola para presídio federal, em 2019, Tuta passou a comandar os integrantes da organização criminosa nas ruas, sem deixar de manter contato com a cúpula na cadeia. Entre 2018 e 2019, ele teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão do PCC.