Torcida de colégio particular ofende alunos de escola federal
Os Alunos do Colégio Marista-Natal entoaram gritos como “sua mãe é minha empregada” aos alunos do Instituto federal, em jogo de basquete

Em uma partida de basquete entre o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e o Colégio Marista na quadra do instituto, gritos da torcida visitante geraram revolta nas redes sociais. O jogo, que aconteceu no dia 31 de outubro, era a final dos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte (Jerns). Segundo a nota de repúdio publicada pelo Grêmio Estudantil Djalma Maranhão, do IFRN, após os alunos do colégio particular vencerem a partida, a torcida gritou ofensas como “sua mãe é minha empregada” e “meu pai come a sua mãe”.
“Durante a final do basquete juvenil masculino dos JERNs entre IFRN-CNAT e Marista, tivemos o desprazer de vivenciar no ginásio de nossa escola um lamentável episódio de disseminação do discurso de ódio manifestado pela torcida da equipe visitante (…) foram alguns dos cânticos de cunho misógino e discriminatório entoados pela torcida do Marista – uma afronta ao que está posto em nossa Constituição e, sobretudo, aos Direitos Humanos”, diz a nota.
Após as polêmicas envolvendo os dois colégios, o IFRN recebeu, nesta última segunda-feira o diretor do Colégio Marista, José Assis Elias de Brito, e da vice-diretora pedagógica, Ilcemara Calvacante. A assessoria do IFRN informou que ficou combinado de realizar um novo jogo amistoso entre as duas equipes previsto para o dia 23.
Em meio à polêmica, o relato da mãe de um aluno do Colégio Marista viralizou nas redes sociais. Nele, além de atribuir as ofensas racistas aos alunos da escola pública, colocou a IFRN como “um antro de ódio e intolerância”. Em nota publicada no site da instituição federal, o diretor-geral do câmpus Natal-Central IFRN, José Arnóbio de Araújo Filho, repudiou a informação publicada pela mãe do aluno nas redes sociais e criticou as ofensas proferidas no dia da partida.
“O texto postado na rede social traz à tona apenas uma versão dos fatos, visto que acompanhei presencialmente a metade do jogo e, além disso, conversei com diversos alunos, professores e técnicos administrativos da instituição para apurar o que tinha ocorrido, e o que identifiquei foram alguns excessos de parte das torcidas, tanto do câmpus Natal-Central do IFRN, quanto da Escola Marista de Natal, atitudes inaceitáveis, que não se coadunam com a filosofia do esporte, tampouco com os princípios educativos voltados para uma formação humana integral, preconizados por estas instituições”, esclareceu.
Devido à repercussão causada pela ação dos alunos, a assessoria do colégio Marista publicou uma nota de esclarecimento para posicionar-se sobre o assunto. No comunicado, o colégio diz que a atitude da torcida durante a Final dos Jogos Escolares “não comungam com a proposta pedagógica e evangelizadora da instituição” e que “não representam os estudantes, professores e colaboradores do colégio”.
O comunicado reitera que a situação em questão destoa dos princípios de respeito, justiça e solidariedade, valores ensinados na instituição, e que o esporte é uma das bases do projeto educativo, que “favorece a educação integral, ao promover o respeito e a colaboração entre os indivíduos”.