Suspeita de golpe milionário na mãe morre após queda de prédio no Rio
Sabine Boghici, aos 49 anos, era acusada de integrar quadrilha que extorquiu idosa e dava golpes no mercado das artes

Sabine Boghici, 49 anos, acusada de liderar uma quadrilha de extorsão, morreu na tarde desta quinta-feira, 15, após cair do quinto andar de um prédio na Zona Sul do Rio. Ela é filha de Jean Boghici, grande colecionador de arte no Brasil, morto em 2015, e respondia processo por um golpe milionário contra sua mãe, de 82 anos. No ano passado, Sabine já havia sido presa, mas teve liberdade provisória concedida em março deste ano.
Após a queda, ela chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao hospital, mas não resistiu. Em seu apartamento, foi encontrada carta de despedida que teria sido escrita por ela e endereçada a Rosa Stanesco Nicolau, que também é suspeita de integrar a quadrilha e está presa. O caso é investigado pela Polícia Civil e foi registrado na 15ª DP (Gávea).
Segundo a investigação, a quadrilha dava golpes no mercado das artes. Sabine teria recebido ajuda para extorquir dinheiro da mãe, viúva do colecionador Jean Boghici, e foram roubados da idosa, segundo a Polícia Civil, quadros avaliados em cerca de R$ 720 milhões, entre eles uma obra de Tarsila do Amaral, Sol Poente, avaliada em R$ 300 milhões. A mãe de Sabine também transferiu R$ 5 milhões a falsas videntes, que também faziam parte do grupo.
Revelado em agosto de 2022, o esquema colocava Sabine como a responsável por conversar com sua mãe e por contratar supostas videntes, que convenciam a idosa a pagar por “trabalhos espirituais”, alegando que sua filha morreria caso eles não fossem realizados.