Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

“Sonhar com a presidência é normal”, diz Eduardo Leite

O governador gaúcho surge como alternativa a Doria nas eleições de 2022

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Tatiana Farah Atualizado em 4 jun 2024, 13h33 - Publicado em 19 fev 2021, 06h00

Em entrevista a VEJA, Eduardo Leite revela conversas com Luciano Huck e João Doria, defende oposição “intransigente” a Bolsonaro na pauta de costumes, mas não na economia, e diz que é preciso se tornar viável eleitoralmente para tentar a Presidência.

Muita gente no PSDB já o lançou como pré-candidato à Presidência em 2022. O senhor quer e se sente preparado para a disputa? É natural que a candidatura presidencial apareça no horizonte de quem é governador do Rio Grande do Sul, a quarta maior economia do país. Mas não basta só ter habilidade e capacidade política, é preciso ser viável eleitoralmente. Sonhar com a Presidência é normal e eu me sinto com capacidade para contribuir nessa posição. Porém, se a oportunidade vai vir agora ou se vai demorar, só saberemos com o tempo.

Qual é a principal vitrine do seu governo? Eu herdei um estado falido. Por muitos anos, o governo gastou e conferiu privilégios demais. E, se boa parte das despesas é com pessoal, eu precisei fazer reformas duras no serviço público, na Previdência e nas carreiras. E nós só conseguimos realizá-­las por causa do diálogo. Ser considerado um candidato a presidente tendo de enfrentar essa realidade é no mínimo inesperado. O Rio Grande do Sul é conhecido por não reeleger seus governadores, imagine então alçar governadores à Presidência.

Desde 2018, Doria pretende disputar a Presidência. O senhor tem conversado com ele? Tivemos uma conversa por celular na quarta 10. E estamos combinando um encontro pessoal. Ele tem todo o meu respeito. Agora, eu acho importante ter nomes no plural à disposição. Só temos que conduzir o processo com serenidade para o centro sair fortalecido. A política deve servir para cicatrizar e não para abrir feridas.

O senhor também tem se encontrado com Luciano Huck. Ele pretende se candidatar? Já tive diversos encontros com ele em 2019 e 2020, o último foi em dezembro. Ele se mostrou disposto e tem revelado interesse em aprender. Mas seria desejável que fosse alguém com experiência anterior de governo, pois a máquina pública exige. A política é o anteparo que reduz a possibilidade de conflitos para dar espaço à ousadia da gestão.

Continua após a publicidade

Doria tem dito que o PSDB precisa levantar a bandeira do antibolsonarismo. O senhor concorda? O PSDB é oposição, mas não uma oposição sistemática, movida só por um interesse eleitoral, que impede o governo de governar. Nos arroubos antidemocráticos do presidente, precisamos ser opositores intransigentes. Mas na área econômica o governo tem pautas que se aproximam do que pensamos, apesar de mais modestas. A reforma administrativa trata apenas dos futuros servidores; a nossa, aqui, atingiu os contratados atuais. Na tributária, a deles só atinge impostos federais. Na economia, o papel do PSDB deve ser o de colaborar. Fomos relatores da reforma da Previdência, da reforma trabalhista, fomos fundamentais no marco do saneamento. É preciso melhorar o ambiente de negócios.

O que acha da ideia do presidente de armar a população? Sou contra. A arma gera falsa percepção de proteção e eleva o risco de ela reforçar o arsenal de criminosos, crimes passionais e descuidos de crianças.

E a pauta de costumes defendida por Bolsonaro? Conservar significa congelar. Imagine se há 100 anos as pessoas quisessem conservar os costumes da época em que negros eram escravos e as mulheres deviam satisfazer as necessidades dos maridos. É preciso evoluir em relação a costumes e revisar conceitos constantemente. Isso envolve questões de gênero e direitos iguais para todos.

Publicado em VEJA de 24 de fevereiro de 2021, edição nº 2726

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.