Sininho e mais 22 são condenados por protestos contra a Copa e Cabral
Ativistas foram acusados pelo Ministério Público de planejar e realizar protestos violentos; eles poderão recorrer em liberdade
Os jovens que participaram em 2013 e 2014 dos protestos contra o governo de Sergio Cabral e a realização da Copa do Mundo no Brasil foram condenados nesta terça-feira (17) pelo juiz Flavio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ). Ao todo, foram condenados 23 ativistas acusados pelo Ministério Público de planejar e realizar protestos violentos.
A sentença fixa a pena de sete anos de prisão para vinte manifestantes — outros três tiveram pena de cinco anos e dez meses de detenção. Entre eles, estão Elisa Quadros Pinto Sanzi, ativista que ficou conhecida como Sininho. Para o juiz, ela ocupava posição de liderança do grupo, o que ela negou durante o processo bem como ter praticado qualquer ato de violência.
Também foram condenados Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, que já respondem a outro processo, pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, atingido por um rojão. O juiz não determinou a prisão preventiva dos condenados, que poderão recorrer em liberdade.
Defesa
O advogado João Tancredo, que defende dois dos condenados, considerou que a decisão já era esperada, pelo perfil do juiz ao longo do processo. Segundo ele, a história demonstrou que os manifestantes estavam certos ao denunciarem os excessos e a corrupção nas obras da Copa, posteriormente comprovados pela Lava Jato. Tancredo disse que vai recorrer da decisão.
Pelas redes sociais, a advogada Eloísa Samy Santiago, também condenada no processo, se manifestou sobre a decisão. “Há quatro anos, no dia 12, fui presa e acusada de crimes que não cometi. Hoje, dia 17, recebo em choque a sentença que me condena a 7 anos de prisão em regime fechado”.