Sabesp libera consulta a horários em que reduz água na rede
Por telefone e pela internet, é possível saber a que horas pressão será reduzida em seu bairro. Restrição pode durar até 18 horas em algumas regiões

Um ano após o início da crise hídrica paulista, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) passou a informar a população sobre os horários em que cada bairro da Grande São Paulo é afetado pela redução da pressão na rede. Por meio do site da Sabesp, é possível selecionar o bairro da capital ou Região Metropolitana em que se mora. O sistema, então, informa a que horas a redução da pressão começa e também quando termina. Na maioria dos casos, a restrição tem início às 13 horas – e, em algumas regiões, pode durar até 18 horas. A consulta também pode ser feita por meio do telefone 195. Para tanto, é preciso informar o Registro Geral do Imóvel (RGI) – número que vem discriminado na conta – e esperar a resposta do atendimento automático.
A empresa alega que a medida não caracteriza “racionamento sistêmico”. A redução da pressão é feita pela Sabesp desde 1997 para reduzir as perdas por vazamentos, mas foi intensificada após a seca no Cantareira, provocando cortes no abastecimento de água, inicialmente à noite e em regiões mais altas. Responsável por 60% de toda a economia de água obtida durante a crise, a medida, porém, nunca havia sido divulgada pela companhia até abril do ano passado.
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A divulgação dos locais e horários em que há redução só foi feita agora por determinação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp), quando autorizou a Sabesp a cobrar sobretaxa de até 100% na tarifa de água para quem aumentar o consumo. O presidente da companhia, Jerson Kelman, já havia dito há duas semanas que intensificaria a medida para economizar mais água e isso poderia causar “sofrimento à população”.
Segundo Antonio Eduardo Giansante, mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento, bairros mais altos podem ser afetados pela redução da pressão por um período maior do que o informado pela Sabesp. “Os primeiros a ficar sem água também são os últimos a recebê-la. Quando a pressão é normalizada, começa a atender às regiões mais baixas, até ganhar força para subir aos pontos alto. Isso pode levar horas”. Por telefone e em seu site, a Sabesp afirma que para que a medida “cause o menor transtorno na rotina, tenha no imóvel reservação de água adequada ao consumo dos usuários por 24 horas e verifique se as instalações internas estão ligadas à caixa d�água e não diretamente à rede da rua”.

(Com Estadão Conteúdo)