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Rio: policiais que respondem a crimes continuam recebendo salário

Dois servidores acusados de homicídio e extorsão chegaram a ser presos há mais de dois anos, mas demissão só foi oficializada nesta quarta-feira

Por Luisa Bustamante Atualizado em 13 mar 2018, 18h05 - Publicado em 21 fev 2018, 12h24

O governo do Rio demorou mais de dois anos para demitir um inspetor e um investigador da Polícia Civil que respondem por crimes de homicídio e extorsão. Os dois foram presos em 2015 e 2016, liberados, e continuaram a receber salário do governo do estado. A demissão foi publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira, dias depois de autoridades que acompanharam o anúncio da intervenção federal na segurança fluminense afirmarem que um dos focos das Forças Armadas do Rio será o combate à corrupção nas polícias.

Os funcionários desligados são o inspetor Alexandre Castilho Gouvêa de Oliveira e o investigador Alexandre Santos Fernandes. Uma investigação da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) apurou que Castilho esteve envolvido no assassinato de três pessoas e em outras duas tentativas de homicídio. Segundo as investigações, o policial formou um grupo integrado por um PM e diversos outros criminosos para explorar moradores de um condomínio em Campo Grande, na Zona Oeste da cidade. Os criminosos cobravam taxa de segurança e foram responsáveis por instalar um central de gato-net no local.

Ainda de acordo com a polícia, Castilho, que é conhecido como Nazista, comandou o assassinato do antigo presidente da associação de moradores do condomínio para tomar seu lugar. Alexandre Castilho foi preso em junho de 2015 em uma operação especializada. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, ele está solto desde julho de 2017. Em janeiro, o servidor recebeu um salário bruto de 7 655,58 reais do governo do Rio. Com descontos, pingaram 3 594,67 reais em sua conta.

Já Alexandre Santos foi para a cadeia em fevereiro de 2016, acusado de extorsão. Ele foi preso em flagrante em Nilópolis, recebendo dinheiro de uma das vítimas do esquema. O policial ficou atra´s das grades até setembro do ano passado. Em janeiro, recebeu um salário bruto de 5 423,60 reais. Líquido, foram 2 718,34 reais. No site da Secretaria de Fazenda que permite a consulta aos vencimentos dos funcionários do governo não é possível levantar a folha de pagamento de outros meses.

A Veja.com questionou a Secretaria de Segurança sobre o motivo da demora para que os dois fossem demitidos, mesmo diante das acusações. A reportagem também perguntou quanto os dois custaram para o governo desde que foram presos. Até as 12h20 desta quarta-feira, a secretaria não havia respondido.

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