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Rio chega ao ano da Copa com preços altos e problemas para o turista

No primeiro dia do ano, visitantes reclamaram de falta de sinalização, funcionários do aeroporto que não falam inglês e preços altos de hospedagem, alimentação e pontos turísticos

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
1 jan 2014, 17h05

O ano da Copa do Mundo chegou e um simples passeio pelos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor, mostra que a cidade ainda não se preparou como deveria para receber os turistas do evento e oferecer mais conforto a seus moradores. No primeiro dia de 2014, turistas reclamavam de filas desorganizadas, falta de informações e ausência de funcionários fluentes em inglês. A expressão “imagina na Copa”, transformada em bordão para a tendência de agravamento dos problemas de infraestrutura da cidade, diante da perspectiva de chegada de milhares de visitantes, nunca esteve tão atual – apesar de já não ser mais preciso “imaginar” esses efeitos na vida do carioca.

No trem do Corcovado, havia, na manhã desta quarta-feira, fila de espera de pelo menos uma hora para embarcar. E a tarifa subiu, neste dia 1º, de 46 para 50 reais, uma elevação de 8,70%. Na véspera de réveillon, turistas tiveram de aguentar uma demora de até quatro horas e caos no trânsito para chegar ao Cristo Redentor. O casal Fernanda Seixas, 31 anos, e Fabio Dentillo, 33 anos, veio de São Paulo para passar a virada do ano e se decepcionou com os altos preços para visitar o Corcovado. Os dois também se queixavam de demora nas filas. Tentaram uma visita no último dia do ano, mas desistiram e voltaram no primeiro dia de 2014. “Conhecer dois pontos turísticos (Cristo e Pão de Açúcar) por 200 reais para um casal é muito caro. Tem hotel com diária a 2.500 reais”, afirmou.

A expectativa também é de tarifas altas de hotéis durante a Copa de 2014, em junho e julho. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), as diárias estão com valores entre 180 e 650 dólares na cidade do Rio de Janeiro para a Copa de 2014. Os preços, como se sabe, são em grande parte regulados pelo mercado e pelas pressões de oferta e procura. Mas quando esses valores extrapolam os limites do que é razoável a cidade toda sai perdendo. Às vésperas da Rio+20, em junho de 2012, os valores de diárias afugentaram delegações e fizeram da cidade tema do noticiário internacional sobre cobrança de valores abusivos. O turista que cancela uma reserva deixa de gastar em lojas, restaurantes, táxis e toda a cadeia de estabelecimentos ligados ao turismo.

Outro sinal do amadorismo que a cidade apresenta no trato aos turistas é a falta de fluência em inglês de funcionários no Aeroporto Internacional do Galeão. Essa não foi a única surpresa da sueca Sara Lindback, 28 anos, que veio ao Rio pela primeira vez neste fim de ano, para passar três semanas. “Não falavam inglês no balcão de informações do aeroporto. Ficamos surpresos também por achar que seria mais barato viajar no Brasil”, afirmou.

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Carlos Sérgio Picanço, 49 anos, visitou a cidade com a esposa e o filho: diária de 400 reais em hotel de uma rede “popular” (VEJA)

Com os gastos que teve para passar o fim de ano com a família na cidade, Sydney Robson de Aquino, 37 anos, morador de Goiânia, avalia que o Rio de Janeiro tinha que melhorar o acesso aos pontos turísticos. “O acesso ao Cristo Redentor de carro tinha que ser proibido. Na Copa de 2014, vão ser filas intermináveis”, afirmou.

Outro turista doméstico que defende melhoras é o manauara Carlos Sérgio Picanço, 49 anos, que visitou a cidade com a esposa e o filho. Ele se surpreendeu com a diária de 400 reais em um hotel de uma rede “popular” no centro da cidade.

Paulo Roberto de Souza, 38 anos, veio de Presidente Prudente, no interior paulista, para passar a virada de ano e acabou tendo a identidade e o cartão de débito furtados na praia de Copacabana, em plena festa de réveillon. Ele também se sentiu inseguro para transitar na cidade, por falta de placas de sinalização. Até gostaria de voltar para a Copa de 2014, mas os preços altos de alimentação e hospedagem tornam o projeto inviável. “Não vou voltar na Copa por falta de dinheiro. Fiquei três horas perdido indo de Copacabana ao Centro de carro. Deveria ter mais placas de retorno”, reclamou.

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