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Quem são os parlamentares que mais defendem a igualdade racial, segundo estudo

Ranking do Instituto Peregum analisou mais de 37.000 documentos de atividade legislativa, com recortes sobre segurança, educação e meio ambiente

Por Bruno Caniato SEGUIR SEGUINDO 9 dez 2025, 14h25 • Atualizado em 9 dez 2025, 14h48

Vista dos prédios do Congresso Nacional, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (Arquivo/Agência Brasil)

O Instituto de Referência Negra Peregum publicou nesta terça-feira, 9, o Ranking da Igualdade Racial, que avalia a atuação dos parlamentares brasileiros na defesa dos direitos da população negra e combate ao racismo. Ao todo, o estudo analisou mais de 37.000 documentos da Câmara dos Deputados e do Senado, incluindo votos, discursos e projetos apresentados no campo da justiça racial.

O ranking principal (veja a lista abaixo), que considera o conjunto de ações legislativas de cada parlamentar no campo da igualdade racial, é encabeçado pelas deputadas Erika Kokay (PT-DF), Daiana dos Santos (PCdoB-RS) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). Além da tabela geral, a pesquisa avaliou também a atuação voltada a subtemas específicos que envolvem racismo e direitos da população negra, como segurança pública, educação e meio ambiente.

Coordenadora de Advocacy do Instituto Peregum, Ingrid Sampaio explica que o ranking considera não apenas projetos e emendas aprovados pelos congressistas, mas também o esforço individual de cada parlamentar em trazer questões ligadas a racismo e igualdade às sessões legislativas. Embora as principais posições sejam ocupadas predominantemente pela esquerda, campo ideológico historicamente ligado à defesa das minorias, o estudo indica uma atuação relevante ao longo do espectro político. “Mesmo parlamentares de centro ou direita têm múltiplas visões sobre temas sociais, e muitas vezes a composição racial das bancadas e a trajetória pessoal do político influenciam o engajamento com temas raciais”, avalia.

Outro fenômeno que favorece o debate sobre igualdade racial no Congresso, segundo a pesquisadora, é o crescimento de representantes eleitos vindos de movimentos sociais e ligados às periferias. “Boa parte do ranking indica uma forte atuação de mulheres não-brancas que exercem hoje seus primeiros mandatos. Os dados mostram que o aumento da representatividade não é uma pauta meramente identitária, é algo que oxigena o debate e faz crescer o engajamento do Legislativo no combate ao racismo”, diz.

O estudo do Instituto Peregum foi realizado em parceria com a Fundação Tide Setubal, o Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB) e o Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

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