Quatro polêmicas da TV Brasil, a campeã do traço de audiência
A emissora continua fazendo investimentos bastante questionáveis
– Novela milionária (foto)
Promessa de campanha de Jair Bolsonaro, a privatização da perdulária e irrelevante TV Brasil, principal veículo da EBC, a agência estatal de notícias, dificilmente será feita antes de 2022, quando termina o mandato do presidente. Enquanto isso, a campeã do traço de audiência continua fazendo investimentos bastante questionáveis, como ocorreu recentemente ao comprar da Record os direitos de exibição da novela Os Dez Mandamentos por 3,2 milhões de reais. O negócio foi realizado sem licitação e ajudou o caixa da emissora de Edir Macedo, um dos mais fiéis apoiadores de Bolsonaro.
– O jogo da exaltação
No ano passado, em meio à partida entre Peru e Brasil pelas eliminatórias da Copa, o narrador André Marques mandou “abraço especial” para Bolsonaro nos dois tempos da partida. A exaltação ao governo durante a transmissão da TV estatal levou críticos a lembrar que esse tipo de gesto afronta o princípio da impessoalidade previsto na Constituição, que proíbe promoção pessoal de agente público em programas oficiais.
– Desenho fora de hora
A saída de Sergio Moro do governo Bolsonaro foi assunto em todos os canais em abril de 2020 , menos na TV Brasil. Enquanto a entrevista com o ex-ministro da Justiça criticando o presidente era exibida nas emissoras comerciais, a estatal mostrava os desenhos animados Peixonauta, Pablo e O Show da Luna!
– Saia-justa
A ingerência política no noticiário, comum nos governos anteriores, continuou sob a gestão Bolsonaro. Jornalistas relatam censura a palavras como “ditadura militar” e “golpe”. Mais recentemente, um repórter da EBC foi removido da cobertura da pandemia de coronavírus depois de fazer uma pergunta incômoda em uma coletiva.
Publicado em VEJA de 21 de abril de 2021, edição nº 2734