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PT e PSDB já preparam disputa pela prefeitura de São Paulo

Eleições de 2016 pautam debates nos partidos. No PT, Marta Suplicy quer ser candidata no lugar do atual prefeito, Fernando Haddad

Por Da Redação
10 nov 2014, 07h06

A disputa pela prefeitura de São Paulo, em 2016, começa a pautar as conversas nos partidos protagonistas da recém-encerrada campanha presidencial, a mais acirrada em 20 anos de enfrentamentos entre PT e PSDB. Dentro das duas legendas já circulam listas de nomes interessados nas indicações das siglas, enquanto pré-candidatos de outras legendas tentam, a exemplo do que ocorreu na corrida pelo Planalto, ser uma alternativa a essa polarização.

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A capital paulista foi palco de fenômenos importantes para PT e PSDB na campanha encerrada no mês passado. Os tucanos avançaram sobre redutos que até eleições passadas eram predominantemente petistas nas periferias das zonas Sul, como Capela do Socorro, e Leste, como Itaquera. O resultado fez acender a luz de alerta no PT, partido que em 2012 obteve a terceira vitória na disputa municipal, mas a primeira superando um adversário do PSDB.

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Poucos dias depois do 2º turno da eleição presidencial, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, procurou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dizer que está disposta a enfrentar o prefeito Fernando Haddad em prévias no PT. Lula não se posicionou contra nem assumiu qualquer compromisso com a ex-prefeita, que administrou a cidade de 2001 a 2004. Entretanto, o ex-presidente lembrou que é natural os gestores buscarem a reeleição e citou a escolha de Dilma Rousseff como candidata neste ano – Marta foi entusiasta do Volta, Lula, o que a desgastou no Planalto.

No PT, o aviso é visto com desconfiança. Parte dos petistas crê que Marta está mesmo disposta a sair candidata, diante da baixa aprovação da gestão Haddad. A ministra -que já anunciou sua saída da pasta – pretende explorar o receio dos vereadores de verem a bancada ficar menor caso o desempenho do partido na disputa pela prefeitura seja ruim.

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Outra parte do PT acredita que Marta tenta se cacifar. Embora tenha sido bem avaliada no MinC, o desgaste com Dilma e com dirigentes do partido durante a campanha isolou a ex-prefeita. Ela poderia repetir a tática de 2012, quando levou a decisão de disputar prévias contra Haddad até a garantia de que seria nomeada ministra.

Seja quem for o candidato, o PT sabe que a disputa será difícil. “O PT está diante de uma esfinge e, se não souber responder suas perguntas, pode ser devorado”, diz o presidente municipal do partido, vereador Paulo Fiorilo. A pergunta é: por que o PT perdeu os votos da periferia que sempre o apoiou? Para a direção partidária, responder a essa questão é a principal tarefa para os próximos meses, antes de abrir o processo de escolha do candidato. Uma das respostas é melhorar a imagem da gestão Haddad, operação já em curso.

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A avaliação do prefeito desabou após os protestos de 2013, mas se recuperou e teve 22% de ótimo e bom em setembro, segundo o Datafolha. É pouco, porém, para um candidato à reeleição. Esses índices, associados ao desgaste do governo federal, ajudam a entender a ampliação da vantagem do PSDB sobre o PT no eleitorado paulistano. Em comparação com 2010, Dilma perdeu 14 pontos porcentuais entre os votos válidos no 1º turno: foi de 38% há quatro anos para 24% em 5 de outubro. No 2º turno, perdeu para Aécio Neves (PSDB) por 64% a 36%.

Na disputa estadual, Alexandre Padilha (PT) ganhou em 4 das 58 zonas eleitorais da cidade, abaixo das 21 vencidas pelo correligionário Aloizio Mercadante contra Geraldo Alckmin em 2010.

Prévias – Na seara tucana, o senador eleito José Serra avisou a aliados que não pretende disputar o cargo novamente. Com isso, os pré-candidatos que em 2012 abriram mão das prévias e o deputado José Aníbal – de quem agora é 1º suplente, mas há dois anos foi o único a enfrentar Serra na votação interna – são novamente citados para a disputa interna. “A ideia é que o partido realize prévias se mais de um nome se apresentar”, disse o presidente do PSDB municipal, Milton Flávio. Ele avalia que a disputa por sua sucessão no diretório, em abril, vai iniciar esse processo. Por ora, os tucanos preferem a discrição e dizem que ainda é cedo para esse debate.

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Em 2012, colocaram-se para a disputa interna, mas abriram mão em favor de Serra, o vereador Andrea Matarazzo e os deputados Bruno Covas e Ricardo Tripoli. O primeiro é ligado a Serra e o segundo, a Alckmin, que terá papel crucial nessa definição. Parte dos tucanos defende que o pré-candidato seja escolhido o quanto antes e nomeado secretário estadual, para ganhar visibilidade.

Tripoli, por sua vez, aposta em atrair o apoio de Aécio. Seus “trunfos” são justamente não ser ligado nem a Serra nem a Alckmin – ele era próximo de Mário Covas – e ter sido o deputado federal mais bem votado na capital. Para Aécio, ter um nome de confiança na principal disputa de 2016 será importante para o papel de líder da oposição ao PT.

(Com Estadão Conteúdo)

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