Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Proposta polêmica de Moro sobre DNA de criminosos avança no Congresso

Comissão aprova relatório feito pelo ex-juiz que permite a coleta de material genético para mais de 2.000 crimes, inclusive na fase de investigação

Por Bruno Caniato Atualizado em 30 Maio 2023, 10h05 - Publicado em 15 Maio 2023, 13h59

Depois de passar um ano engavetado, um projeto de lei para expandir a coleta de DNA de criminosos voltou a tramitar no Senado e tornou-se fonte de controvérsias sobre possíveis violações de direitos humanos após ter seu escopo drasticamente ampliado pelo senador Sergio Moro (União-PR), relator da proposta. O novo projeto abrange mais de 2.000 crimes em que a captura de material genético pode ser utilizada pela Justiça, além de permitir a prática durante investigações criminais, antes mesmo que o indiciado se torne réu ou seja denunciado pelo Ministério Público.

O texto original do Projeto de Lei nº 1.496/2021, de autoria da senadora Leila Barros (PDT-DF), listava 14 crimes que justificavam o recolhimento de DNA dos condenados, incluindo estupro de vulnerável, tortura, extorsão mediante sequestro e comércio ilegal de armas de fogo. O relatório de Moro amplia o uso da medida para todas as ocorrências de crimes dolosos, além de prisão cautelar e casos sob investigação, foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública do Senado e pode ser votado ainda neste mês pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

A justificativa do senador é que o Brasil está defasado em relação ao resto do mundo sobre o uso de DNA em investigações criminais — o país possui um banco de dados com 180 mil perfis genéticos, enquanto o Reino Unido conta com 6 milhões de registros e os Estados Unidos, 20 milhões. A proposta é defendida por peritos criminais federais, que destacam a importância do material genético para concluir casos antigos sem solução. Um exemplo foi o homicídio da menina Rachel Genofre, de 9 anos, encontrada morta em 2008 em Curitiba — somente 11 anos depois, por meio da análise de DNA, foi identificado o suspeito, que cumpria pena no interior de São Paulo por outros crimes.

No entanto, a proposta de Moro encontra resistência de integrantes de ambas as comissões e da própria autora do projeto, senadora Leila Barros, que defende a coleta de material genético somente após a condenação do criminoso sem possibilidade de recurso. Para opositores no Senado, a ideia de recolher o DNA de suspeitos ainda em fase de investigação ou julgamento fere o direito à privacidade e à não autoincriminação — posicionamento compartilhado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que, durante as audiências sobre o projeto, propôs que o tema seja previamente analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para avaliar a constitucionalidade da medida antes que o texto chegue ao plenário.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.