
Não há dados consolidados sobre o números de pessoas que estudam o mandarim no Brasil. Professores e representantes de instituições chinesas no Brasil, porém, confirmam que a procura é crescente.
A quem ainda não domina o idioma, o aprendizado em geral impõe um obstáculo grande. “Muita gente se matricula em cursos, mas quando percebe a dificuldade, perde o interesse”, afirma Shu Jianping, conselheiro cultural da Embaixada da China no Brasil.
Ideogramas
我们 明天 去 学校 |
São cerca de 60.000 símbolos que representam palavras ou fonemas, sendo que atualmente são usados em torno de 10.000. Estima-se que, para ler um jornal, é preciso conhecer ao menos 2.500. Uma pessoa culta consegue identificar entre 3.500 e 5.000 ideogramas | Usa-se o código Pinyin para transcrever os ideogramas para o alfabeto latino. Os chineses são alfabetizados em Pinyin, depois aprendem os ideogramas tradicionais |
Componentes | Artigos definidos (a, o, as, os) | Não existem |
Preposições (de, para, por, sobre, entre…) | Raramente são usadas | |
Fonética | Uma palavra pode ser pronunciada com até cinco entonações diferentes – o que altera seu sentido e aumenta as chances de mal-entendidos | Exemplo: mā (mãe), má (mato), mǎ (cavalo), mà (xingar) e ma (partícula interrogativa) |
Obstáculos da China
Por que é tão difícil aprender mandarim
Fonte: Luciano Berenhauser, professor de mandarim
De acordo com Inty Mendoza, coordenador do departamento de mandarim do Instituto Sidarta – único colégio no país a ter o idioma na grade curricular -, a procura pelo aprendizado do mandarim no Brasil sempre foi de universitários. Entretanto, nos últimos anos, a demanda passou para o ensino médio e já chegou até na educação infantil.
“Isso cria um desafio enorme no sentido de aprender a ensinar o idioma para essas crianças”, diz Mendoza. “É uma língua difícil, e as dificuldades das crianças são específicas.”
Para os adultos, o maior empecilho são as diferenças fonéticas entre o mandarim e o português. Eles, porém, levam vantagem para compreender a estrutura das frases. Já as crianças saem na frente na hora de pronunciar as palavras e reconhecer os ideogramas. Mas penam quando o assunto é entender a estrutura da língua.