Polícias e Forças Armadas cercam favelas na zona sul do Rio
Segundo comando da intervenção federal na segurança pública, ação envolve cerco, remoção de barricadas e revistas seletivas de pessoas e veículos
As favelas Rocinha, Vidigal, Chácara do Céu e Parque da Cidade, todas na zona sul do Rio de Janeiro, foram cercadas na manhã deste sábado, 9, por uma operação do Comando Conjunto da Intervenção, que reúne as Forças Armadas e polícias do estado. Desde as 3h da madrugada, moradores relataram pelas redes sociais terem ouvido helicópteros sobrevoando as comunidades.
O comando da intervenção federal na segurança pública fluminense, conduzido pelo interventor, general Walter Braga Netto, informou em nota que a ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas, além de revistas seletivas de pessoas e veículos. A Polícia Militar atua bloqueando possíveis rotas de fuga de criminosos, enquanto a Polícia Civil checa antecedentes criminais e cumprirá mandados judiciais.
“Algumas vias na região poderão ser interditadas e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos”, informou o Comando Conjunto da Intervenção, afirmando que a operação vai beneficiar, direta e indiretamente, 120.000 moradores de favelas cariocas.
Por volta das 6h, quando policiais subiram o morro do Vidigal após o sobrevoo dos helicópteros, começaram as revistas a quem deixava a comunidade. Não houve troca de tiros. Já na Rocinha, que fica entre os bairros de São Conrado e Gávea, bandidos armados receberam a tiros os agentes de segurança, também por volta das 6h. Até a publicação desta reportagem, não havia relato de feridos.
A estrada Lagoa-Barra, que liga a zona sul à zona oeste da cidade, chegou a ser fechada pelas Forças Armadas. A via foi liberada por volta das 8h, mas o trânsito continuava intenso na região por volta das 9h45, segundo o Centro de Operações Rio.
Tiroteio na Urca
Um intenso tiroteio entre policiais e traficantes, na tarde desta sexta-feira, 8, levou pânico à Urca, considerada um dos bairros mais seguros do Rio, e interrompeu por duas horas a circulação do bondinho do Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos do país.
Essa foi a primeira vez que o teleférico, inaugurado em 1912, deixou de circular pela violência urbana. Um grupo de cerca de 100 pessoas, incluindo dezenas de crianças, ficou isolado no Morro do Pão de Açúcar. O Aeroporto Santos Dumont, no Centro da cidade, também foi fechado por 15 minutos, porque a Urca fica na rota de pouso e decolagem.