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PGR pede intervenção federal urgente em sistema prisional de Roraima

Raquel Dodge afirmou que situação é de caos e alertou para riscos de rebeliões, como as que ocorreram em janeiro de 2017, quando 33 presos foram mortos

Por Agência Brasil Atualizado em 7 nov 2018, 20h48 - Publicado em 7 nov 2018, 20h23

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu, por meio de ofício enviado nesta quarta-feira 7 ao presidente Michel Temer, que seja feita uma intervenção federal “imperiosa e urgente” no sistema penitenciário de Roraima.

“A necessidade é de atuação emergencial, para conter o caos diário vivenciado pelos detentos e agentes do sistema penitenciário roraimense e evitar a repetição de tragédias como a de janeiro de 2017”, afirma a PGR no ofício encaminhado a Temer. No ano passado, 33 presos foram mortos, alguns decapitados, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.

Raquel Dodge acrescenta que Roraima apresenta “um quadro notadamente agravado ano a ano pelas omissões do Poder Público estadual”.

A procuradora argumenta que por “circunstâncias congêneres” Temer decretou intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro. “A crise no Estado de Roraima exige semelhante solução”, afirma Raquel Dodge.

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Raquel Dodge cita o Artigo 34 da Constituição, que prevê a intervenção federal em casos de “grave comprometimento da ordem pública”.

A PGR descreve situações, baseadas em relatórios do Ministério Público, como falta de separação entre detentos de regimes aberto, semiaberto e fechado, atraso no pagamento de salários de agentes penitenciários, fornecimento de comida azeda e insuficiente aos presos e falta de combustível para transportar os presos para audiências.

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O risco de motim encontra-se agravado ante a suspensão do contrato com empresas fornecedoras de alimentos ao sistema prisional, devido a irregularidades em contratos ou ao não pagamento pelo estado, ressalta ela.

A PGR destacou ainda que nada foi aplicado pelo estado dos 57 milhões de reais liberados pelo Fundo Penitenciário Nacional (Fupen) desde dezembro de 2016 para a reforma e construção de novas prisões. Desse valor, 44 milhões de reais foram bloqueados judicialmente por causa da suspeita de desvios de 3,5 milhões de reais.

Segundo tabela anexada ao ofício, o sistema prisional em Roraima abriga 2.683 presos em uma estrutura prevista para receber apenas 1.259. Apesar da pequena população carcerária em comparação a outros estados, a PGR avalia que a situação atual do sistema é de extrema gravidade.

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“Ao apenado que cumpre pena no regime prisional de Roraima, não se garante nenhuma ordem mínima de direitos. Contemplará o horror da contenção física, num território do qual o Poder Público ausentou-se. Sem nenhuma repressão estatal, a hierarquia interna se estabelece a partir do zero, por meio de condutas atrozes. Perdeu-se ali, não será exagero dizer, a ‘condição humana'”, descreveu Raquel Dodge.

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