Pela primeira vez em um mês, Guaíba fica abaixo da cota de inundação
Apesar da tendência de baixa, outros rios e lagos do Rio Grande do Sul continuam em estado crítico
O nível do Guaíba está abaixo da cota da inundação, de acordo com a régua instalada na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Isso significa que ele está de volta a seu leito e não transborda mais. Na madrugada deste sábado, 1º, o nível caiu de 3,60 metros, a cota de inundação, para 3,59. Pela manhã, às 6h15, o nível havia baixado mais um pouco e estava em 3,57 metros. É a primeira vez que o nível cai abaixo de 3,60 metros desde o dia 2 de maio.
Durante os temporais que afetaram o Rio Grande do Sul durante o mês de maio, o Guaíba atingiu recordes históricos. No dia 5 de maio, alcançou 5,35 metros, maior marca já registrada. O recorde anterior havia sido marcado durante a enchente de 1941, quando alcançou 4,76 metros.
Bombas de alta capacidade foram instaladas em bairros atingidos pelas chuvas e têm aceleração o processo de escoamento das águas. Uma foi levada para o bairro de Anchieta, na zona norte da cidade, e outra está funcionando perto do Aeroporto Internacional Salgado Filho, que deve permanecer fechado até o final do mês.
Rios e lagos em alerta
Apesar da tendência de baixa, outros rios e lagos do Rio Grande do Sul continuam em estado crítico e ainda apresentam risco contínuo de transbordar. Dos quatro principais rios que desaguam no Guaíba — Gravataí, Caí, Jacuí e Sinos –, três seguem acima da cota de inundação, sendo que o Jacuí apresentou elevação das águas desde quarta-feira.
Um dos cenários que geram mais preocupação é a Lagoa dos Patos, para onde vai o escoamento das águas do Guaíba antes de desembocar no oceano. Segundo o monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA), na manhã de sexta-feira, o nível da laguna encontrava-se em 2,29 metros no bairro do Laranjal, em Pelotas, 59 centímetros acima da cota de inundação de 1,70 metro para a região.