Papa prorroga permanência de Dom Odilo na arquidiocese de SP
Cardeal seguirá à frente do cargo por mais dois anos
O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer irá permanecer à frente da arquidiocese da capital paulista por mais dois anos, mesmo tendo completado 75 anos no dia 21 de setembro.
Pelas regras do direito canônico, três meses antes de completar essa idade, os cardeais arcebispos são obrigados a apresentar sua carta de renúncia. E, na maioria das vezes, o pedido é aceito.
Segundo comunicado divulgado pelo próprio cardeal, a iniciativa de mantê-lo em suas funções partiu do Pontífice, que tem a prerrogativa de conceder essa graça.
“Sigamos em frente, preparando-nos mediante oração, para viver intensamente o ano jubilar de 2025 como ‘peregrinos da esperança’. Procuremos caminha juntos na realizacao do ‘Projeto Emergencial de pastoral 2024-2026’, vivendo em comunhão a convenção e a renovação de nossa missionária de nossa arquidiocese”, escreveu Dom Odilo.
Como ele, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, também teve a permanência autorizada após os 75 anos pela Santa Sé. Ele ficará no mais prestigiado posto da Igreja Católica no Brasil até completar 80 anos.
Fontes da Arquidiocese de São Paulo, dizem que pesou na decisão do Papa a boa administração de Scherer, bem como sua discrição ao tratar de alguns escândalos sexuais ocorridos sob sua administração. Um dos feitos do cardeal é a aproximação com setores importantes da sociedade, promovidos em brunches na Catedral.
A permanência já era esperada, tanto que o arcebispo manteve alguns de seus nomes de confiança em cargos da Mitra, renovando seus mandatos por mais cinco anos.
Pelas regras, o cardeais arecbispos que renunciam em funcao da idade, seguem sendo membros emeritos da Santa Sé, mas perdem suas funções administrativas na Igreja e não votam mais no Conclave, o processo de escolha do Papa.
A participação em celebrações religiosas, contudo, podem seguir acontecendo normalmente.
No Conclave que elegeu o Papa Francisco, o nome de Scherer foi um dos mais cotados durante o processo eleitoral. Prevaleceu, no entanto, a máxima que costuma reger a votação: “Quem entra Papa sai cardeal”.