Pais de adolescente morta no Hopi Hari pedem a abertura de mais dois inquéritos policiais
Um deles vai apurar por que o primeiro laudo do parque periciou uma cadeira diferente da qual a jovem estava sentada no dia do acidente

Os pais da adolescente Gabriela Nishimura, de 14 anos, morta ao despencar de um dos brinquedos do parque de diversões Hopi Hari em 24 de fevereiro, requereram à corregedoria de Campinas a abertura de dois inquéritos policiais. Um deles é contra os peritos que elaboraram o primeiro laudo – eles periciaram uma cadeira diferente da qual a jovem estava sentada no dia do acidente. O segundo é para apurar quem fotografou o corpo de Gabriela depois da queda e divulgou as fotos na Internet.
“Queremos saber por que fizeram uma perícia falsa”, disse Ademar Gomes, advogado da família de Gabriela. “Era interesse do parque? Eram interesses escusos? Foi incapacidade dos peritos? Os pais já tinham dito em qual cadeira ela estava sentada e mesmo assim periciaram a errada. Se não existissem as fotos, seria uma palavra contra a outra.”
Sobre as imagens do corpo de Gabriela, Gomes salientou que, além de causar constrangimento à família, elas violam o Estatuto da Criança e do Adolescente. Na tarde desta quinta-feira, Silmara Nishimura, mãe da vítima, será ouvida pelo delegado Titular da 2ª delegacia auxiliar da Corregedoria de Campinas.
Perícia – No último domingo, dia 25, o Hopi Hari reabriu depois de mais de 20 dias fechado para uma vistoria em 15 de suas 50 atrações. Durante a perícia, o Ministério Público constatou que o parque não dispunha de todas as condições de segurança necessárias para seu funcionamento.
Embora tenha voltado a funcionar, três atrações permaneceram inoperantes: o West River Hotel, o Simulakron e o La Tour Eiffel. Segundo o MP, foram diagnosticados problemas graves nesses brinquedos.
Acidente – Gabriella estava a uma altura entre 20 e 30 metros do chão quando caiu do brinquedo La Tour Eiffel. Ela se sentou numa cadeira que estava desativada há dez anos, porém não foi avisada por nenhum funcionário que deveria mudar de lugar.
A garota tinha dupla nacionalidade (japonesa e brasileira), morava no Japão com os pais e uma irmã mais nova e passava férias com a família na casa de parentes, em Guarulhos. Gabriella foi levada ao Hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, por uma Unidade de Terapia Intensiva Móvel que estava no parque, mas chegou morta ao município vizinho. Ela teve traumatismo craniano seguido de parada cardíaca.