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Os destaques e novidades da edição de 2024 da CASACOR

Com respeito ao passado e preocupação com o futuro, a mostra traz para o presente a mensagem de que viver bem é cuidar de si e também do mundo

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 jun 2024, 16h46 - Publicado em 19 Maio 2024, 08h00

Tudo começou em julho de 1987, quando uma exposição de decoração abriu suas portas em uma mansão no Jardim Europa, bairro nobre de São Paulo. Na época, a intenção da empresária paulistana Yolanda Figueiredo (1925-2017) e de sua parceira de negócios, a argentina Angélica Rueda, era fazer “um evento de cunho social, cultural e benemérito” aos moldes de mostras de design já consagradas fora do país. Arquitetos renomados como João Mansur e Jorge Elias marcaram presença, chamando público, mas as idealizadoras não podiam imaginar o sucesso retumbante da primeira edição da CASACOR: foram 6 000 pessoas percorrendo os 22 ambientes do lugar. A procura foi tão grande que, no ano seguinte, a exposição migrou para um endereço maior e angariou novos profissionais de peso. Resultado: 16 000 visitantes. A iniciativa vicejou, passando a integrar o portfólio da Editora Abril, que publica VEJA, e a ser sediada no Jockey Club paulistano, em 2012, atraindo outros nomes incontornáveis na arquitetura e decoração nacional — Sig Bergamin, João Armentano e Ana Maria Vieira Santos, para citar alguns.

Em ritmo rápido e exponencial, a CASACOR rompeu fronteiras e se expandiu com franquias pelo Brasil e América Latina, acompanhando também as tendências e os humores da sociedade, sem deixar de lado um de seus pressupostos originais, o de legar parte da renda arrecadada a ONGs e instituições sociais. Com essa bagagem, a mostra chega a 2024 valorizando sua história, mas antenada com os anseios atuais e futuros. Daí o tema De Presente, o Agora, uma ode à criatividade e à elegância pautadas na sustentabilidade, que espera reunir 125 000 pessoas entre 21 de maio e 28 de julho no icônico Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.

Pioneira em mostrar que cuidar do lar é cuidar do mundo, a CASACOR desbrava há anos a noção de que o design e a construção precisam andar de mãos dadas com a saúde do meio ambiente. Para fazer jus ao princípio, o evento implementou um programa de gestão de resíduos, que no ano passado alcançou a marca de 99,7% e, em 2024, pretende chegar a 100%. Em 2023, transformou a causa da sustentabilidade em bandeira de todas as mostras que se espalham pelo país, privilegiando a reutilização de recursos hídricos, a economia de energia, a reciclagem e os materiais artesanais na cadeia que vai da construção civil à decoração de interiores. Tudo isso estará evidente no espaço de 9 000 metros quadrados dedicado à exposição deste ano, com direito à compensação integral para as emissões de carbono e à certificação internacional Lixo Zero. “Provocamos os arquitetos a buscar inspirações a favor da sustentabilidade”, diz Lívia Pedreira, diretora da marca.

HERANÇA CULTURAL - Estúdio de Ana Weege (à esq.) e espaço aberto do Studio Ro+Ca: apreço pelo artesanato
HERANÇA CULTURAL – Estúdio de Ana Weege (à esq.) e espaço aberto do Studio Ro+Ca: apreço pelo artesanato (Fotos MCA/Casa cor/.)

Agora, mais do que nunca, a exibição representa não somente o principal evento de arquitetura, design e paisagismo das Américas mas também um polo de debate e de criação sustentável, tanto do ponto de vista ambiental como cultural. É a fórmula para pavimentar um futuro mais sereno, sem tantos danos a um planeta já tão machucado. “Basta ver as catástrofes climáticas atuais para perceber como precisamos fazer outras escolhas”, afirma o jornalista Pedro Ariel, curador da exposição. Em meio aos setenta ambientes decorados, entre estúdios, casas e jardins, o destaque vai para os que abordam o zelo com a natureza como forma de reflexão sobre o efeito das decisões cotidianas nas próximas gerações.

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É o caso do elegante Loft do Jovem Executivo, obra do arquiteto José Roberto Moreira do Valle que utiliza painéis de madeira sintética para revestir o espaço e cacos orgânicos feitos das sobras de porcelanato — exemplos de materiais que, claro, poderão ter novas finalidades posteriormente. “O reaproveitamento é uma tendência mundial”, afirma Do Valle. O bar-galeria da arquiteta Fernanda Marques é outro trabalho que prima pelo apreço ao meio ambiente do chão ao teto: ostenta piso de cabreúva branca com certificado de origem e manejo florestal responsável, requisito imperativo daqui em diante. Já o estúdio criado pela designer de interiores Ana Weege aposta em um biombo de palha de taboa e paredes revestidas de fibra de coco concebidas por artesãos. É exemplo de outra tendência abraçada pela mostra: o culto à ancestralidade, às origens, e nossa ligação com a Terra.

Não à toa, essa herança ressoa nas instalações artísticas com influência negra e indígena, e no espaço criado pelo Studio Ro+Ca, imaginado para o longínquo ano de 2064. Como sugere a CASACOR desta temporada, se quisermos deixar um presente para o futuro, precisamos ser sustentáveis desde já, e não só no discurso — isso, sim, é que é luxo. O luxo sustentável.

Publicado em VEJA de 17 de maio de 2024, edição nº 2893

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