Namorados: Assine Digital Completo por 1,99

Organização Social pagou propina no governo Witzel, diz investigação

Advogado com cargo na OAB do Rio está entre os presos na operação realizada nesta terça-feira pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal

Por Cássio Bruno Atualizado em 15 dez 2020, 15h54 - Publicado em 15 dez 2020, 13h44

Com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Polícia Federal realizou nesta terça-feira, 15, no Rio de Janeiro, a Operação Kickback. A ação, feita em conjunto com o Ministério Público Federal, investiga o desvio de dinheiro público na área da saúde na gestão do governador afastado Wilson Witzel (PSC). De acordo com a PF, a fraude ocorria na liberação do chamado “restos a pagar” – quando empresas credoras do governo fluminense pagavam propina para receber valores referentes a serviços prestados e não pagos. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e ainda dez de busca e apreensão na capital, em Niterói (RJ), em Nova Iguaçu (RJ) e em Juiz de Fora (MG).

A Operação Kickback teve como alvo principal a Organização Social (OS) Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, que administra hospitais, Unidades de Pronto-Atendimento (Upas) e leitos de UTI da rede estadual de saúde. Segundo as investigações, a OS pagou 50 milhões de reais a agentes públicos dentro do governo Witzel para, em troca, conseguir receber cerca de 280 milhões de reais de “restos a pagar” referentes a contratos firmados entre 2019 e 2010.

O advogado Wagner Bragança é um dos presos. Atualmente, ele é vice-presidente da Comissão Especial de Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ). Era Bragança quem intermediava o pagamento de propina da OS a integrantes do governo, aponta da PF. A OAB-RJ informou que não irá se pronunciar sobre o caso. VEJA ainda não conseguiu contato com a defesa de Bragança.

Em nota, a OS disse a VEJA o seguinte: “A defesa do Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) esclarece que o hospital é uma instituição tradicional, com mais de 90 anos de serviços prestados à população. Ao longo das investigações, sua diretoria prestou todos os esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos. Isso seguirá sendo feito, de modo a contribuir com as investigações e provar que o HMTJ não tem qualquer envolvimento ilícito em relação aos fatos por ora sob investigação”.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobriram as irregularidades a partir da delação premiada do ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos. Em um dos anexos, Santos afirmou que foi um dos intermediadores do negócio ilegal. O empresário Edson Torres também confirmou a fraude. Torres era braço-direito do Pastor Everaldo Pereira, presidente nacional do PSC afastado e uma das figuras mais influentes no Palácio Guanabara. Everaldo foi preso na Operação Tris In Idem e está no presídio de Bangu 8.

Continua após a publicidade

Wilson Witzel foi afastado do cargo em 28 de agosto por determinação do ministro do STJ, Benedito Gonçalves, por suspeitas de corrupção. O magistrado apontou, em sua decisão, que o Ministério Público Federal descobriu uma “sofisticada organização criminosa, composta por pelo menos três grupos de poder, encabeçada pelo governador Wilson Witzel”. A investigação, que faz parte da Operação Tris In Idem, diz que o governador teria recebido pelo menos 554,2 mil reais em propina por meio do escritório de advocacia de sua mulher, Helena Witzel. O MPF descobriu a transferência de 74 mil reais de Helena Witzel para a conta pessoal do governador. O casal nega.

Wilson Witzel enfrenta também um processo de impeachment na Comissão Mista, que tem representantes do Tribunal de Justiça do Rio e da Assembleia Legislativa (Alerj).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.