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Operação no Rio mira esquema que envolvia ‘Professor’, mulher de Poze e operador da Al-Qaeda, diz polícia

Ofensiva busca desarticular esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho

Por Lucas Mathias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 jun 2025, 13h35 - Publicado em 3 jun 2025, 10h21

A Polícia Civil do Rio deflagrou, na manhã desta terça-feira, 3, nova operação contra alvos do Comando Vermelho. Desta vez, o objeto é atacar o núcleo financeiro da facção que, segundo as investigações, é responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões, valores com origem no tráfico de drogas e na aquisição de armamentos de uso restrito. Morto no último domingo, 1, o traficante Philip Gregório da Silva, um dos líderes da alta cúpula da organização, conhecido como “Professor”, era até então figura central nesse esquema. Ainda segundo a corporação, outra peça envolvida no esquema é a influenciadora Viviane Noronha, mulher do MC Poze do Rodo, que seria uma das beneficiárias de valores do crime. 

A operação inclui ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias, além de mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A investigação aponta que o esquema usava pessoas físicas e jurídicas para esconder a origem ilícita de valores do tráfico, para serem reinvestidos em fuzis, drogas e no fortalecimento da facção. 

Nessa dinâmica, o líder do Comando Vermelho conhecido Professor representava uma peça importante por organizar eventos como o “Baile da Escolinha”. A festa, para a polícia, funcionava “como ferramenta de dominação cultural e captação de recursos para o tráfico de drogas e armas”. O traficante também teria papel-chave na estruturação de empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo. Ele foi morto no último domingo, e as circunstâncias são investigadas. 

O traficante Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, do Comando Vermelho
O traficante Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, do Comando Vermelho (Reprodução/.)

Na lista de empresas, por exemplo, é apontado um restaurante situado em frente ao local onde ocorre esse baile. A polícia afirma que o estabelecimento funcionava “como ponto de lavagem de dinheiro, movimentando recursos do tráfico sob a fachada de atividade empresarial lícita”. 

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Uma produtora também foi identificada como elo no esquema “como operadora de lavagem de dinheiro e fomentadora de bailes funk promovidos por integrantes da facção, que funcionavam como ponto de venda de drogas e difusão da narcocultura”. As investigações apontam que o responsável pela firma e a própria empresa figuram como destinatários diretos de recursos financeiros vindos de operadores da organização criminosa, recebendo valores de pessoas físicas e jurídicas interpostas com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos lucros do tráfico.

A ação é conduzida por policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD).

Novo foco sobre Poze do Rodo 

Com a soltura prevista para esta terça, após decisão da Justiça do Rio, o cantor de funk Poze do Rodo foi mais uma vez citado na ofensiva da Polícia Civil contra o Comando Vermelho. Desta vez, por meio de sua mulher, a influenciadora Viviane Noronha. A corporação afirma que ela e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos da facção, recebidos por meio de “laranjas”, com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro. Valores com origem primária no tráfico teriam sido canalizados para contas ligadas a ela, que segundo o Governo do Rio, “passou a ser um dos focos centrais do inquérito”. 

A análise indentificou ainda que um segurança pessoal do chefe do Comando Vermelho no Complexo do Alemão, além de um operador da Al-Qaeda, o egípcio Mohamed Ibrahim, constam como remetentes nesse esquema financeiro. Ibrahim, inclusive, é procurado pelo FBI por suspeita de atuar como operador de valores do grupo terrorista.

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