Offshore ligada a Maluf é multada em quase R$ 500.000
Punição ocorreu devido à tentativa da defesa de atrasar o julgamento e transferir para o Brasil caso envolvendo o dinheiro da família depositado em bancos do Canal da Mancha

Empresas offshore ligadas a Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo e deputado federal pelo PP, tiveram de depositar quase 445.000 reais em indenização, por ordem da Corte Real de Jersey. A punição ocorreu por causa da tentativa da defesa da família Maluf de atrasar o julgamento que ocorre naquele país e transferir para o Brasil o caso envolvendo o dinheiro da família, depositado em bancos do Canal da Mancha.
Nesta semana, os juízes da corte estão reunidos para deliberar sobre se darão ou não a autorização para que os recursos já bloqueados na ilha sejam transferidos aos cofres públicos em São Paulo. A decisão deve sair até novembro. Em agosto, foi divulgada a decisão de Jersey de punir a iniciativa dos advogados de defesa do ex-prefeito de apresentar recursos ou medidas protelatórias. Os juízes entenderam que a ação visava apenas a atrasar o processo.
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No total, os advogados das empresas ligadas a Maluf tiveram de depositar 137.000 libras, cerca de 445.000 reais. O valor seria o equivalente ao que os atrasos custaram para a prefeitura e o tempo que os juízes gastaram para escutar os argumentos da defesa de Maluf.
Em julho, a corte concluiu as audiências em torno do caso aberto pela prefeitura de São Paulo para reaver 21 milhões de reais que Maluf teria desviado das obras da Avenida Águas Espraiadas (atual Avenida Jornalista Roberto Marinho). Mas, mesmo após terminada a audiência, a defesa do ex-prefeito tentou incluir mais elementos ao processo e assim forçar o adiamento do caso. A corte, porém, não aceitou a manobra.
O juiz que preside a Corte de Jersey, Howard Page, já tomou sua decisão sobre o destino do dinheiro da família Maluf. A definição será mantida em sigilo, porém, enquanto os demais dois membros da corte avaliam o caso, o que está ocorrendo nesta semana.
(Com Agência Estado)