Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

OAB e deputados criticam prisão de jornalistas de VEJA

Equipe de reportagem estava no interior da Bahia tentando localizar a testemunha-chave para esclarecer a morte de Adriano Nóbrega

Por Da redação
Atualizado em 14 fev 2020, 20h18 - Publicado em 14 fev 2020, 15h47

A ação da Polícia Militar da Bahia que resultou na prisão dos jornalistas de VEJA Hugo Marques e Cristiano Mariz  nesta sexta-feira, dia 14, foi repudiada por parlamentares, pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que a classificaram como um atentado à liberdade de imprensa.

Os repórteres estavam tentando localizar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, testemunha-chave para esclarecer as circunstâncias da morte do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, quando foram cercados por duas viaturas da PM. Em uma atitude violenta e arbitrária, os profissionais, mesmo depois de apresentarem suas credenciais, acabaram sendo detidos e levados na sequência ao distrito policial de Pojuca. A polícia apreendeu ali um gravador que continha várias entrevistas registradas durante a apuração do caso pelos repórteres. Vinte minutos depois, devolveu o equipamento e liberou os profissionais de VEJA.

“Inadmissível, arbitrária e abusiva a detenção de jornalistas da revista Veja pela Polícia Militar da Bahia”, disse o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. “Deve receber repúdio de todos que defendem a liberdade de imprensa e de expressão”, acrescentou.

A ANJ e a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) considerou a ação “arbitrária e injustificável”. “A abordagem inicial aos dois jornalistas, quando duas viaturas da PM cercaram Marques e Mariz, a detenção dos profissionais por cerca de 20 minutos e, ainda, a apreensão temporária de um gravador com várias entrevistas são atitudes injustificáveis. Os fatos são ainda mais alarmantes porque ocorreram após os repórteres terem se identificado e mostrado suas credenciais de imprensa. Na prática, a ação assemelha-se a tentativas intimidadoras que têm como objetivo restringir a circulação de informação independente e de interesse público. As associações aguardam que as autoridades apurem os fatos com rigor”, diz a nota divulgada pelas entidades.

O PSOL publicou um post, questionando os motivos que levaram à detenção: “É preciso respostas urgentes: o que levou a Polícia da Bahia a deter dois jornalistas da VEJA que investigavam as circunstâncias do assassinato do miliciano Adriano da Nóbrega? O livre exercício do jornalismo é um dos pilares da democracia. A quem interessa esconder os fatos?”

Continua após a publicidade

A deputada Erika Kokay (PT-DF) foi na mesma linha: “Jornalistas da VEJA que investigam as circunstâncias da morte de Adriano da Nóbrega são detidos na Bahia. O que já cheirava queima de arquivo, agora, se configura em inaceitável ataque à liberdade de imprensa”.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) considerou a ação como uma “gravíssima violação da liberdade de imprensa”. “Mesmo identificados como jornalistas, os repórteres Hugo Marques e Cristiano Mariz foram detidos pela PM baiana”.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também comentou sobre o caso. “Abordagem policial que leva repórteres para a delegacia e inicia com apreensão de gravador, não dá. Jornalistas buscam informações. Devem agir com responsabilidade de não interferirem em investigações, mas em geral vão contestar o poder público e seu trabalho precisa ser assegurado”, escreveu ela.

Continua após a publicidade

Já a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) escreveu: “O Brasil está se tornando um lugar cada vez mais perigoso para o livre exercício do jornalismo. Grave sintoma da nossa anormalidade democrática. O que levou a PM da Bahia a levar presos os repórteres da VEJA que investigavam a morte de Adriano da Nóbrega?”

A última edição de VEJA trouxe fotos do corpo do ex-capitão que reforçam suspeitas de que ele foi morto com tiros disparados à curta distância – o que contraria a versão oficial da polícia baiana. As imagens também sugerem que, antes de morrer, Adriano da Nóbrega pode ter sofrido violência. Hoje, a Secretaria da Segurança da Bahia divulgou uma nota sobre a reportagem. O comunicado reconhece que realmente havia lesões no corpo de Adriano da Nóbrega como mostram as fotos reveladas por VEJA.  “Sobre a lesão arredondada na face anterior do corpo de Adriano, trata-se de equimose, não uma queimadura. É uma lesão contundente, obviamente feita com algo arredondado, que pode ter sido ativamente ou passivamente comprimido contra o corpo”, diz o comunicado, sem detalhar a causa do ferimento. Especialistas consultados por VEJA apontam que a marca cilíndrica cravada no peito do ex-capitão morto pode ter sido provocada por um cano de uma arma longa e de grosso calibre, logo após um disparo, enquanto a vítima ainda estava viva.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.