Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

O primeiro ano do governo Bolsonaro: fora dos padrões

O desrespeito à liturgia do cargo e o desprezo aos protocolos surpreenderam mesmo quem tinha baixas expectativas nessas questões

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h45 - Publicado em 27 dez 2019, 06h00

Ninguém pode acusar Jair Bolsonaro de falta de coerência. Contrariando as expectativas de que suavizaria o estilo quando vestisse a faixa presidencial, ele encerra o primeiro ano de governo sendo o que sempre foi: um lobo solitário com inclinações radicais de direita e um talento inesgotável para enxergar conspirações de todos os lados. O desrespeito à liturgia do cargo e o desprezo aos protocolos também surpreenderam mesmo quem tinha baixas expectativas a seu respeito nessas questões. A postagem do vídeo com o golden shower no Carnaval e outras polêmicas inúteis nas redes sociais ocuparam bom tempo de quem se vendeu ao eleitorado como um político com pressa de tirar o país do atoleiro. Nas poucas vezes em que focou um tema importante e mostrou algum empenho pela união, conseguiu aprovar, com a ajuda decisiva do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a reforma da Previdência mais ampla da história recente — feito que contribuiu para o ainda tímido início da retomada econômica. Outra marca de Bolsonaro no começo de sua gestão foi o ineditismo. Em várias ocasiões, ele poderia pegar emprestada a célebre frase do ex-presidente Lula: “Nunca antes na história deste país”. Exemplo: jamais um presidente da República ficou sem partido durante o mandato, porque ele mesmo implodiu o PSL, a sigla pela qual se elegeu. No fim do ano, lançou um partido, o Aliança pelo Brasil, que corre contra o tempo para disputar as eleições de 2020. Na área internacional, foi a primeira vez que um chefe de Estado fez denúncias na ONU sobre a ameaça comunista três décadas após a queda do Muro de Berlim, acusou o ator Leonardo Di Caprio de cúmplice no desmatamento da Amazônia, quis nomear o próprio filho para uma embaixada em Washington e mudar a representação diplomática brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. Segundo pesquisa VEJA/FSB realizada em dezembro, 31% consideram seu governo ótimo e bom e 35%, ruim e péssimo. Os números retratam quanto a população brasileira ficou dividida diante de um presidente que age fora do padrão tradicional — e se orgulha de ser assim.

Publicado em VEJA de 1º de janeiro de 2020, edição nº 2667

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.