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O mensalinho do abuso: Bispo é investigado por propina para ignorar crimes

Dossiê aponta indícios de que dom Vilson Dias de Oliveira recebia pagamentos de padres em troca de silêncio sobre barbaridades cometidas

Por João Batista Jr., Adriana Dias Lopes e Edoardo Ghirotto
Atualizado em 4 jun 2024, 15h36 - Publicado em 12 jul 2019, 06h30

Um dos maiores escândalos de abuso sexual da Igreja Católica no Brasil, revelado na reportagem de capa de VEJA desta semana, não trata apenas de casos de pedofilia que contaram com a conveniência de autoridades religiosas por décadas. Um dossiê enviado ao Vaticano, em dezembro de 2018, aponta fortes indícios da ocorrência de um “mensalinho do abuso“, envolvendo o bispo emérito da Diocese de Limeira, dom Vilson Dias de Oliveira, que, antes de renunciar, teve sob sua jurisdição dezesseis cidades do interior paulista.

Segundo as denúncias, o religioso exigia propinas dos párocos de conduta condenável para deixá-los atuar sem ser investigados – uma prática que teria rendido dividendos visíveis. Vilson possui dez imóveis registrados em seu nome, todos em São Paulo. Metade deles na cidade de Guaíra e os outros em Itanhaém, no litoral sul paulista. Em uma avaliação conservadora, a soma do patrimônio supera a marca de 1,5 milhão de reais. É o verdadeiro milagre da multiplicação imobiliária.

Leia, em VEJA desta semana, a reportagem completa com os relatos de jovens abusados por padres brasileiros. As barbaridades cometidas nas sombras nas últimas décadas, com a conivência de superiores religiosos, só começaram a ficar conhecidas nos últimos meses.

A Polícia Civil e o Vaticano investigam como dom Vilson Dias de Oliveira, bispo emérito da Diocese de Limeira, atuou de forma a permitir e acobertar que padres sob sua jurisdição praticassem crimes de abuso sexual. Ao todo, três clérigos são alvo de investigação: Pedro Leandro Ricardo (seis vítimas), Felipe Negro (duas vítimas) e Carlos Alberto da Rocha (uma vítima). 

Denúncias via WhatsApp: Envie mensagens anônimas para o número 11 99967-9374 para denunciar casos de abuso na Igreja.

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