O destino de Lindora Araújo depois que Aras deixar a PGR em setembro
Braço direito do procurador-geral da República, a subprocuradora é uma das mais antigas integrantes do Ministério Público Federal

O mandato do procurador-geral da República, Augusto Aras, termina em setembro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicará um sucessor. Enquanto parte dos 74 subprocuradores-gerais que integram a cúpula do Ministério Público Federal se articula para substituir Aras na PGR, outros nomes que ganharam destaque na atual gestão devem sair de cena.
Braço direito de Aras, a atual vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, é uma das subprocuradoras-gerais mais antigas na carreira. Apontada como muito próxima do bolsonarismo e, por isso, com poucas chances de continuar a ter protagonismo durante o governo Lula, Lindôra deve se aposentar na próxima gestão – é o que apostam seus interlocutores no órgão.
Lindôra teve grande destaque na administração de Aras por ter sido designada para cuidar das ações penais no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal), que em geral têm grande repercussão. No STJ, ela atuou em processos que envolveram governadores – como o que levou ao afastamento de Wilson Witzel do governo do Rio de Janeiro por supostos desvios na área da saúde. No Supremo, foi responsável por se manifestar em várias representações feitas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente na época da pandemia, mas não levou os casos adiante por não ver indícios de crime.
Lindôra tem quase 40 anos na instituição. Ingressou no MPF em 1984 e é subprocuradora-geral desde 2003, sendo a 14ª mais antiga na carreira, de acordo com a lista de antiguidade publicada pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal.