O Brasil de luto por Santa Maria: 231 jovens mortos no incêndio da boate Kiss
Governo do RS revisou balanço da tragédia na casa noturna, onde 1.500 pessoas ficaram entre o fogo, a fumaça e a saída obstruída por seguranças. Sobreviventes relatam momentos de pânico e de despreparo
Por Da Redação
27 jan 2013, 20h02
Incêndio em festa de réveillon na Tailândia deixou 66 mortos em 2009 (AP/VEJA)
Continua após publicidade
1/114 Cerca de 100 estudantes de vários cursos da UFSM participam de uma caminhada em homenagem às vítimas da boate Kiss (Juliano Mendes/Ag. RBS/Folhapress/VEJA/VEJA)
2/114 Missa em memória das vítimas do incêndio, em Santa Maria (Jean Pimentel/Agência RBS/VEJA/VEJA)
3/114 Alunos da Faculdade Federal de Santa Maria (UFSM) realizam uma passeata em homenagem as vítimas do incêndio (Wesley Santos/Folhapress/VEJA/VEJA)
4/114 Missa no campus da Universidade Federal de Santa Maria (Luís Bulcão/VEJA/VEJA)
5/114 Missa no campus da Universidade Federal de Santa Maria (Luís Bulcão/VEJA/VEJA)
6/114 Missa no campus da Universidade Federal de Santa Maria (Luís Bulcão/VEJA/VEJA)
7/114 Missa no campus da Universidade Federal de Santa Maria (Luís Bulcão/VEJA/VEJA)
8/114 Missa em memória das vítimas do incêndio, em Santa Maria (Jean Pimentel/Agência RBS/VEJA/VEJA)
9/114 Centenas de pessoas realizaram vigília na madrugada deste domingo (3) em frente a boate Kiss, em Santa Maria (Agência RBS/VEJA/VEJA)
10/114 Centenas de pessoas realizaram vigília na madrugada deste domingo (3) em frente a boate Kiss, em Santa Maria (Agência RBS/VEJA/VEJA)
11/114 Centenas de pessoas realizaram vigília na madrugada deste domingo (3) em frente a boate Kiss, em Santa Maria (Wesley Santos/Futura Press/VEJA/VEJA)
12/114 Centenas de pessoas realizaram vigília na madrugada deste domingo (3) em frente a boate Kiss, em Santa Maria (Wesley Santos/Futura Press/VEJA/VEJA)
13/114 Centenas de pessoas realizaram vigília na madrugada deste domingo (3) em frente a boate Kiss, em Santa Maria (Wesley Santos/Futura Press/VEJA/VEJA)
14/114 Passeata de moradores de Santa Maria pede punição aos responsáveis pelo incêndio na boate Kiss (Lauro Alves/Agência RBS/VEJA/VEJA)
15/114 Polícia faz reconstituição de incêndio em boate com testemunhas. Bruna Claussen, uma das caixas da boate Kiss (Adriano Vizoni/Folhapress/VEJA/VEJA)
16/114 A filha da capitã do Exército Daniele Dias de Mattos se emociona durante o sepultamento da militar no Cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio de Janeiro (Pilar Olivares/Reuters/VEJA/VEJA)
17/114 Ana Carolina Soares da Costa, de 18 anos, está internada na UTI do Hospital Santa Clara, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, desde domingo, após sobreviver ao incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. Salva por um desconhecido, a menina respira com a ajuda de aparelhos e se comunica com os familiares por escrito (Tadeu Vilani/Agência RBS/VEJA/VEJA)
18/114 Fitas pretas são penduradas em frente das fachadas de lojas de Santa Maria (RS), em sinal de luto pelo incêndio na boate Kiss (Lauro Alves/Agência RBS/VEJA/VEJA)
19/114 Familiares em frente a boate Kiss, em Santa Maria (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
20/114 A professora Marcia Gerhardt, que perdeu alunos na tragédia, reza em memorial improvisado na boate Kiss, em Santa Maria (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
21/114 Gustavo Marques Gonçalves, 21 anos, que estava na boate Kiss, em Santa Maria, não resistiu aos ferimentos e teve a morte confirmada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) (Ronald Mendes/Agência RBS/VEJA/VEJA)
22/114 Homem reza pelas vítimas da tragédia, em Santa Maria (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
23/114 Fitas pretas são penduradas nas antenas de automóveis em Santa Maria (RS), em sinal de luto pelo incêndio na boate Kiss (Jeferson Bernardes/AFP/VEJA/VEJA)
24/114 Passeata de moradores de Santa Maria pede punição aos responsáveis pelo incêndio na boate Kiss (Marcela Donini/VEJA/VEJA)
25/114 Passeata de moradores de Santa Maria pede punição aos responsáveis pelo incêndio na boate Kiss (Marcela Donini/VEJA/VEJA)
26/114 Passeata de moradores de Santa Maria pede punição aos responsáveis pelo incêndio na boate Kiss (Marcela Donini/VEJA/VEJA)
27/114 Passeata de moradores de Santa Maria pede punição aos responsáveis pelo incêndio na boate Kiss (Marcela Donini/VEJA/VEJA)
28/114 Um homem coloca flores em frente a boate Kiss em homenagem as vítimas da tragédia (Jefferson Bernardes/AFP/VEJA/VEJA)
29/114 Flores e fotografias em homenagem às vítimas em frente a boate Kiss em Santa Maria (Marcelo Sayão/EFE/VEJA/VEJA)
30/114 Com um cartaz mostrando foto de vítima do incêndio, menino chora com seus pais em Santa Maria (RS) (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
31/114 Menina chora sobre os ombros do pai segurando um cartaz mostrando fotos de vítimas do incêndio de Santa Maria (RS) (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
32/114 Moradores deixam flores em frente à Boate Kiss, onde 231 pessoas morreram e centenas ficaram feridas por causa de um incêndio (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
33/114 Paulista morto em incêndio é enterrado em cemitério na Grande SP (Marcos Bezerra/Futura Press/VEJA/VEJA)
34/114 Vestida de branco, multidão realizou marcha em memória das vítimas (Ricardo Moraes / Reuters/VEJA/VEJA)
35/114 Jovens se emocionam durante caminhada em memória às vítimas de um incêndio na boate Kiss (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
36/114 Moradores de Santa Maria percorrem as ruas da cidade em marcha silenciosa (Marcelo Sayão / EFE/VEJA/VEJA)
37/114 Milhares vão às ruas de Santa Maria para lembrar os 231 mortos no incêndio da boate Kiss (Antonio Scorza / AFP/VEJA/VEJA)
38/114 Vestidas de branco, cerca de 10 mil pessoas se reuniram na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria (RS) (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
39/114 Santa Maria de luto: milhares participaram de marcha em memória das vítimas (Jefferson Bernardes / AFP/VEJA/VEJA)
40/114 Vestidas de branco, cerca de 10 mil pessoas se reuniram na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria (RS) (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
41/114 Milhares marcharam nas ruas de Santa Maria na noite de segunda. Nos cartazes, pedidos por justiça (Antonio Scorza / AFP/VEJA/VEJA)
42/114 Tristeza e comoção marcaram a marcha na cidade abalada pela tragédia de domingo (Jefferson Bernardes / AFP/VEJA/VEJA)
43/114 Manifestantes carregaram balões brancos representando as vítimas do incêndio na boate Kiss (Antonio Scorza / AFP/VEJA/VEJA)
44/114 Manifestação em Santa Maria pediu justiça para as vítimas do incêndio na boate Kiss (Antonio Scorza / AFP/VEJA/VEJA)
45/114 Manifestantes levaram flores e cartazes em homenagem às vítimas do incêndio em Santa Maria (Edison Vara / Reuters/VEJA/VEJA)
46/114 Manifestantes levaram flores e cartazes em homenagem às vítimas do incêndio em Santa Maria (Edison Vara / Reuters/VEJA/VEJA)
47/114 Cemitério Ecumênico de Santa Maria (Marcela Donini/VEJA/VEJA)
48/114 Familiares choram durante enterro das vítimas da tragédia em Santa Maria (RS) (Antonio Scorza/AFP/VEJA/VEJA)
49/114 População lota a praça Saldanha Marinho, no centro de Santa Maria, para homenagear as vítimas da tragédia na boate Kiss (Jefferson Bernardes/AFP/VEJA/VEJA)
50/114 Policial coloca flores em homenagem às vítimas em frente a boate em Santa Maria (RS) (Jefferson Bernardes/AFP/VEJA/VEJA)
51/114 Novas fotos do interior da boate Kiss após incêndio em Santa Maria (RS) (Reuters/VEJA/VEJA)
52/114 Novas fotos do interior da boate Kiss após incêndio em Santa Maria (RS) (Reuters/VEJA/VEJA)
53/114 Fotos do interior da boate Kiss após incêndio em Santa Maria (RS) (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
54/114 Fotos do interior da boate Kiss após incêndio em Santa Maria (RS) (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
55/114 Familiares choram durante enterro das vítimas da tragédia em Santa Maria (RS) (Marcelo Sayão/EFE/VEJA/VEJA)
56/114 Parentes de uma das vítimas do incêndio na boate em Santa Maria (Neco Varella/EFE/VEJA/VEJA)
57/114 Cladimir Callegari, pai de Mariana Callegari, uma das vítimas de incêndio em boate durante seu funeral na cidade de Santa Maria (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
58/114 Amigo de várias vítimas do incêndio, faz uma homenagem em frente da boate Kiss em Santa Maria (RS) (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
59/114 Famiiares durante enterro de vítimas de incêndio em boate de Santa Maria (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
60/114 Famiiares durante enterro de vítimas de incêndio em boate de Santa Maria (Marcelo Sayão/EFE/VEJA/VEJA)
61/114 Famiiares durante enterro de vítimas de incêndio em boate de Santa Maria (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
62/114 Vítimas de incêndio em boate são enterradas em Santa Maria (RS) (Mister Shadow/Sigmapress/Folhapress/VEJA/VEJA)
63/114 Mulher passa mal durante o enterro de Neiva de Oliveira, uma das vítimas do incêndio na boate Kiss, no Cemitério Municipal de Santa Maria (RS), nesta segunda-feira (28) (Evelson De Freitas/Estadão Conteúdo/VEJA/VEJA)
64/114 Enterro de vítimas do incêndio causa comoção em Santa Maria (RS) (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
65/114 Um dos donos da boate Kiss, o empresário Mauro Hoffmann (Emerson Souza/Ag. RBS/Folhapress/VEJA/VEJA)
66/114 Enterro de vítimas do incêndio causa comoção em Santa Maria (RS) (Antonio Scorza/AFP/VEJA/VEJA)
67/114 Pessoas prestam homenagens às vítimas da tragédia em Santa Maria (RS) (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
68/114 A rua dos Andradas, no centro de amanheceu isolada pela polícia. Os peritos estão no local, recolhendo material e examinando os escombros (Luís Bulcão/VEJA/VEJA)
69/114 População lota a praça Saldanha Marinho, no centro de Santa Maria, para homenagear as vítimas da tragédia na boate Kiss (Luís Bulcão/VEJA/VEJA)
70/114 Membros do Centro de Tradições Gaúchas prestam homenagem ao colega falecido, Silvio Beuren Junior, durante seu enterro (Felipe Dana/AP/VEJA/VEJA)
71/114 Soldado coloca flores no local do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS) (Neco Varella/EFE/VEJA/VEJA)
72/114 Vítimas de incêndio em boate são enterradas em Santa Maria (RS) (Vinícius Costa/Futurapress/VEJA/VEJA)
73/114 Familiares durante o velório das vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul (Neco Varella/EFE/VEJA/VEJA)
74/114 Comoção marcou velório das vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS) (Adriano Vizoni/Folhapress/VEJA/VEJA)
75/114 Parentes de uma das vítimas do incêndio em boate em Santa Maria (Neco Varella/EFE/VEJA/VEJA)
76/114 Soldados da guarda presidencial em Brasília levantam bandeira em homenagem as vítimas de um incêndio boate de Santa Maria (Pedro Ladeira/AFP/VEJA/VEJA)
77/114 Famiiares durante enterro de vítimas de incêndio em boate de Santa Maria (Felipe Dana/AFP/VEJA/VEJA)
78/114 Lívia Oliveira, mãe de Heitor, beija seu caixão durante funeral, em cemitério de Santa Maria (Antonio Scorza/AFP/VEJA/VEJA)
79/114 Parentes e amigos de Heitor de Oliveira se reunem em torno de seu caixão durante o funeral no cemitério de Santa Rita em Santa Maria (Antonio Scorza/AFP/VEJA/VEJA)
80/114 Soldados carregam caixão de uma das vítima de incêndio em boate em Santa Maria (Jefferson Bernardes/AFP/VEJA/VEJA)
81/114 Famiiares durante enterro de vítimas de incêndio em boate de Santa Maria (Nabor Goulart/AFP/VEJA/VEJA)
82/114 Famiiares durante enterro de vítimas de incêndio em boate de Santa Maria (Felipe Dana/AFP/VEJA/VEJA)
83/114 Vítimas de incêndio em boate são velados em ginásio de Santa Maria (Lauro Alves/Folhapress/VEJA/VEJA)
84/114 Parentes de vítima de tragédia em Santa Maria choram ao lado de caixão (Jefferson Bernardes/AFP/VEJA/VEJA)
85/114 Comoção marcou velório das vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS) (Marcelo Sayão/EFE/VEJA/VEJA)
86/114 Parentes choram ao lado de corpo de uma das vítimas do incêndio em Santa Maria (Jefferson Bernardes/AFP/VEJA/VEJA)
87/114 Parentes de vítimas de incêndio em boate participam de velório coletivo em ginásio de Santa Maria (RS) (Ricardo Moraes/Reuters/VEJA/VEJA)
88/114 Soldados do Exército colocam flores no local onde serão enterrados os corpos de parte das vítimas do incêndio em uma boate na cidade de Santa Maria (RS) (Marcelo Sayão/EFE/VEJA/VEJA)
89/114 Familiares das vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
90/114 A boate Kiss após o incêndio, em Santa Maria, Rio Grande do Sul (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
91/114 Familiares das vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul (Jeferson Bernardes/AFP/VEJA/VEJA)
92/114 Familiares das vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
93/114 Caixão de uma das vítimas do incêndio sendo transportado para o funeral, em Santa Maria (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
94/114 A presidente Dilma Rousseff presta apoio aos familiares das vítimas do Incêndio, em Santa Maria (Roberto Stuckert Filho/Reuters/VEJA/VEJA)
95/114 Caixão de uma das vítimas do incêndio sendo transportado para o funeral, em Santa Maria (Edison Vara/Reuters/VEJA/VEJA)
96/114 A presidente Dilma Rousseff durante discurso sobre o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (Roberto Stuckert Filho/Reuters/VEJA/VEJA)
97/114 Familiares aguardam notícia sobre as vítimas do incêndio em Santa Maria, Rio Grande do Sul (Lauro Alves/Agência RBS/VEJA/VEJA)
98/114 Familiares aguardam notícia sobre as vítimas do incêndio em Santa Maria, Rio Grande do Sul (Agência RBS/VEJA/VEJA)
99/114 Movimentação na chegada dos corpos ao Centro Desportivo Municipal de Santa Maria para identificação, depois de incêndio em boate (Ronald Mendes/Agência RBS/Estadão Conteúdo/VEJA/VEJA)
100/114 Paredes e janelas da boate de Santa Maria foram destruídas para facilitar saída da fumaça (Germano Roratto/Agência RBS/VEJA/VEJA)
101/114 Brigada de incêndio no combate às chamas, na boate Kiss, em Santa Maria, na madrugada deste domingo (Germano Roratto/Agência RBS/Estadão Conteúdo/VEJA/VEJA)
102/114 Correria próximo à Boate Kiss, em Santa Maria, que pegou fogo na madrugada deste domingo (Germano Roratto/Agência RBS/VEJA/VEJA)
103/114 Vítima sendo socorrida no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (Deivid Dutra/Agência Freelancer/VEJA/VEJA)
104/114 Militares dos bombeiros, da polícia e do Exército estão mobilizados na tragédia que deixou centenas de mortos em Santa Maria (Germano Roratto/Agência RBS/Estadão Conteúdo/VEJA/VEJA)
105/114 Boate Kiss, em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, pegou fogo na madrugada de domingo (Germano Roratto/ Agência RBS/ Estadão Conteúdo/VEJA/VEJA)
106/114 Incêndio na boate em Santa Maria, são contabilizados ao menos 232 mortos e mais de 100 feridos, no Rio Grande do Sul (Deivid Dutra/Agência Freelancer/VEJA/VEJA)
107/114 Fotos da noite do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (Fernanda Bona/VEJA/VEJA)
108/114 Fotos da noite do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (Fernanda Bona/VEJA/VEJA)
109/114 Fotos da noite do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (Fernanda Bona/VEJA/VEJA)
110/114 Fotos da noite do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (Fernanda Bona/VEJA/VEJA)
111/114 Incêndio na boate em Santa Maria, são contabilizados ao menos 232 mortos e mais de 100 feridos, no Rio Grande do Sul (Deivid Dutra/Agência Brasil/VEJA/VEJA)
112/114 Imagem da boate Kiss, em Santa Maria, tirada na semana anterior ao incêndio (Divulgação/VEJA/VEJA)
113/114 Boate Kiss, em Santa Maria, dias antes do incêndio deste domingo, que deixou mais de 100 mortos (Divulgação/VEJA/VEJA)
114/114 Incêndio na boate em Santa Maria, são contabilizados ao menos 232 mortos e mais de 100 feridos, no Rio Grande do Sul (Deivid Dutra/Agência Brasil/VEJA/VEJA)
Atualização: Em 31 de janeiro de 2013, o número de mortos era de 236 pessoas. Segundo o Ministério da Saúde, 143 vítimas ainda estavam internadas, mais de oitenta em estado crítico.
O maior desastre da história do Rio Grande do Sul, o segundo incêndio em número de vítimas no Brasil. O país amanheceu de luto, chocado com a morte de duas centenas de jovens, numa contagem que se revelava mais dramática à medida que as horas do domingo avançavam. No fim da noite, de acordo com números oficiais, havia 231 óbitos confirmados no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, cidade a 320 quilômetros de Porto Alegre. Antes, o número oficial era 233, mas alguns nomes estavam repetidos na lista de vítimas identificadas, informou o Instituto Médico Legal (IML). A identificação de corpos foi feita por familiares e amigos. Além disso, de acordo com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, a tragédia deixou ainda ao menos 124 feridos – a maioria segue hospitalizada em Santa Maria, enquanto outros, em estado mais grave, foram transferidos para Porto Alegre.
A noite de diversão de jovens – parte deles menor de idade – de cursos e faculdades da cidade universitária transformou-se em uma catástrofe em questão de minutos: os fogos de artifício de uma banda que se apresentava no local encontraram o material altamente inflamável do isolamento acústico da casa noturna. A fumaça matou a maioria das vítimas por asfixia, poucas por queimadura. Para o acidente ganhar esta dimensão, foi determinante uma sequência de erros e despreparo. A boate com apenas uma saída de emergência, estreita, estava com alvará vencido, e os seguranças, pelo que relataram os sobreviventes, tentaram impedir a saída dos frequentadores, pensando que ocorria uma briga no momento do pânico.
Continua após a publicidade
Foram instantes de desespero, no cenário dantesco que costuma ser deflagrado por esse tipo de incidente. As equipes de resgate que chegaram ao local precisaram derrubar paredes para resgatar vítimas com vida; e, no trabalho de rescaldo do incêndio, bombeiros encontraram o que foi descrito como “uma barreira de corpos”. Ainda pela manhã, a contagem era de cerca de 40 mortos. Conforme as brigadas vasculhavam o local, eram encontrados mais mortos. Outros faleceram nos hospitais. Ainda havia no início da noite, segundo informações do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, 91 pacientes internados. Trinta deles respiravam com ajuda de aparelhos.
A presidente Dilma Rousseff interrompeu sua agenda no Chile, onde acontecia a Cúpula de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE). Dilma desembarcou na pequena Santa Maria para levar solidariedade e medidas de apoio aos sobreviventes e às famílias de todas as vítimas. A comunidade internacional manifestou condolências tão logo a repercussão do episódio ganhou os sites e telejornais de várias partes do mundo.
As dimensões da tragédia contrastam com a banalidade das causas. E trazem uma necessária reflexão: as fotos mostram que a boate Kiss não era um “cafofo”, mas uma casa noturna com capacidade próxima de 1.000 pessoas – a lotação da casa foi, provavelmente, desrespeitada. Na boate, os jovens e seus pais certamente julgavam haver alguma segurança. Não havia. Como também certamente não há instalações e pessoal adequados em uma infinidade de estabelecimentos que se multiplicam Brasil afora. O risco dos materiais inflamáveis e da presença de fogos de artifício em locais fechados está comprovado por um histórico de pelo menos seis grandes tragédias recentes em boates de várias partes do mundo.
1/13(AP/VEJA/VEJA)
2/13(AP/VEJA/VEJA)
3/13(Edison Vara/Reuters/VEJA)
4/13(AP/VEJA/VEJA)
5/13(AFP/VEJA/VEJA)
6/13(AP/VEJA/VEJA)
7/13(AP/VEJA/VEJA)
8/13(AFP/VEJA/VEJA)
9/13(AFP/VEJA/VEJA)
10/13(John Mottern/AFP/VEJA/VEJA)
11/13(AP/VEJA/VEJA)
12/13(AFP/VEJA/VEJA)
13/13(Getty Images/AFP/VEJA/VEJA)
Continua após a publicidade
Como se sabe, em um incêndio, grande parte dos mortos perde a consciência e morre em função da fumaça inalada, e não necessariamente do contato com as chamas. Um vídeo gravado momentos após a retirada dos primeiros corpos mostra corpos sem sinais de grande trauma. Foram pessoas que simplesmente não tiveram para onde fugir no momento da expansão da nuvem de fumaça preta que rapidamente preencheu a boate a partir do instante em que um dos músicos soltou o que, pelos relatos, seria um sinalizador – um pequeno projétil incandescente usado, por exemplo, em embarcações. Outros tantos morreram pisoteados, esmagados pela multidão que se espremia na minúscula saída da casa noturna.
O depoimento de um dos sobreviventes, feito pelo Facebook, é assustador. “Acompanhei o início do fogo que veio das faíscas do sparkles e se propagou pelo teto nas esponjas do isolamento acústico. Não me apavorei porque não achei que poderia lidar com a situação, mas vi muita gente entrar em pânico, cair e desmaiar umas por cima das outros, era um mar de gente atirada. Vi que muita gente em crise acessou a porta mais próxima, que era a do banheiro e se alojaram lá dentro. Vi pessoal que trabalhava se escondendo até dentro de freezers! Quando vi que não tinha mais jeito de sair pela saída principal dei a volta na areá vip e sai pela lateral empurrando e pisando por cima de muita gente, acredito que não sairia se não fosse pela força que utilizei para passar pelas pessoas, ao sair olhava para baixo e via que pisava e cruzava por cima de mulheres e homens desmaiados”. O relato é de Ezequiel Real, um morador de Santa Maria. Segundo ele, havia um mesa colocada por seguranças para impedir a saída descontrolada do público.
A fotógrafa Fernanda Bona, que trabalhava para a casa noturna, registrava o show, a área VIP e fazia retratos para alimentar sites de vida noturna. Acabou registrando os primeiros instantes do incêndio. Ela descreveu para o site de VEJA a evolução do que parecia um pequeno problema para uma situação de catástrofe “Vi que a banda soltava umas faisquinhas, como se fossem foguinhos de artifício. Foi, então, que percebi a fumaça. Em seguida, as pessoas começaram a correr e a gritar fogo”, contou Fernanda. “Saí correndo desesperadamente. Empurrei as pessoas na ânsia de chegar à porta. Demorei uns três minutos para estar no lado de fora. As pessoas estavam enlouquecidas correndo”, afirmou a fotógrafa.
As faisquinhas a que se refere Fernanda eram parte do show da banda Gurizada Fandangueira, que fazia dos efeitos de pirotecnia um atrativo a mais para as apresentações. A página da banda no Facebook traz a seguinte descrição, na apresentação do grupo: “Com a grande experiência comprovada em bailes e shows, demonstra além de todo seu talento, muita inovação em estrutura, efeitos visuais e pirotécnicos, os quais fazem toda a diferença na identidade exclusiva da banda”.
Continua após a publicidade
A mistura de fogos de artifício – mesmo de pequeno porte – com o isolamento acústico foi mortal. Depois do desespero na boate, o centro nervoso da tragédia passou a ser o ginásio do Centro Centro Desportivo Municipal. No chão, sobre o peito de cada uma das vítimas, uma identidade, uma carteira de habilitação ou um celular colocados por integrantes do Centro de Gerenciamento de Crise para tentar facilitar a identificação dos mortos. No início da tarde, quando o ginásio foi aberto para dar início ao procedimento de identificação das vítimas, foi através do toque do celular dos filhos, irmãos e netos, que os parentes confirmaram a pior notícia: a confirmação da morte. Segundo voluntários, a cada toque, um choro de desespero silenciava o ginásio.
“A gente escutava os celulares tocando dentro do ginásio e o choro dos pais e familiares”, contou Carlos Walau, ao Zero Hora. “Tirei o corpo de uma menina que estava com um celular que não parava de tocar. Em seguida, deu barulho de mensagem, li e era a mãe dela perguntando onde ela estava”, contou com a voz embargada Carlos, que ajudou no trabalho de identificação dos corpos.
No local, uma fila de corpos de adolescentes e jovens aguarda reconhecimento pelas famílias. Em número de vítimas no Brasil, o incêndio da boate Kiss só é superado pela tragédia do Gran Circus Norte-Americano, em Niterói, no estado do Rio, quando em 1961 o fogo levou 503 vidas e deixou uma centena de pessoas com sequelas e mutilações. Até hoje na cidade há relatos dramáticos de parentes de vítimas, sobreviventes ou gente que, de alguma forma, teve a vida modificada pelo episódio. É provável que Santa Maria também jamais volte a ser a mesma.
(Com reportagem de Cecília Ritto, Marcela Donini, Luís Bulcão e Pâmela Oliveira)
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis CLIQUE AQUI.