Novo promotor assume grupo que investiga caso Marielle no MP do Rio
Bruno Gangoni já atuava sob o comando da promotora Simone Sibilio, que sai das investigações após dois anos e quatro meses
O caso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes terá um novo condutor: o promotor de Justiça Bruno Corrêa Gangoni assume o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro. A ele competirá a tarefa de coordenar a descoberta dos mandantes do duplo homicídio ocorrido em 14 de março de 2018. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do MP do Rio na última segunda-feira, 18.
Ele substitui a promotora Simone Sibilio, que sairá do Gaeco e retornará ao 2º Tribunal do Júri. Ela conduziu o caso por dois anos e quatro meses juntamente à promotora Letícia Emile, que também vai deixar o Gaeco.
Gangoni, por sua vez, trabalha no grupo especializado desde 2018. Ele é titular da Promotoria de Justiça no Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Especial Adjunto Criminal de Belford Roxo, na região metropolitana do Rio, e está no MP do Rio desde 2003. Também já integrou o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), entre 2017 e 2020.
“Atuou também no Centro Integrado de Apuração Criminal (CIAC/MPRJ), entre 2007 e 2009, ocasião em que contribuiu para acelerar a conclusão de cerca de 100 mil inquéritos policiais em trâmite nas Delegacias de Acervo Cartorário”, disse o MP-RJ em nota.
O Gaeco, no entanto, deve ter a equipe reduzida – hoje, o grupo atua com 28 promotores em seus quadros. Outros dois membros do Gaeco foram confirmados para a gestão de Gangoni: Marcelo Winter Gomes e Michel Queiroz Zoucas, que já atuavam no núcleo.
Simone Sibilio e Leticia Emile faziam parte do núcleo duro das investigações do caso Marielle e Anderson. Elas entraram em setembro de 2018 na condução das investigações. Foi sob suas tutelas que as investigações prenderam, em 12 de março de 2019, o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, réus apontados, respectivamente, como o atirador e o motorista do Cobalt clonado que emboscou a vereadora e seu motorista em março de 2018. Eles estão presos em penitenciárias federais e vão a júri popular, ainda sem data marcada.
Com a posse do novo procurador-geral Luciano Mattos, o MP do Rio está reestruturando os núcleos de atuação. Uma Comissão Provisória de Trabalho foi montada com esse intuito.
Investigações contra Flávio e Carlos Bolsonaro
Não se sabe ainda se o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), núcleo criado pelo ex-procurador geral Eduardo Gussem em novembro de 2016, vai continuar. Foi o Gaecc, sob comando da procuradora Patrícia Vilella, quem investigou e denunciou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) pelo suposto esquema de corrupção em seu gabinete enquanto era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O Gaecc investiga, também, o suposto esquema de funcionários-fantasma no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). Ambos são filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).