Nenê Constantino é condenado novamente por assassinato
O empresário, que é o fundador da Gol, foi considerado pela Justiça de ser o mandante de crime contra homem com o qual disputava terras no Distrito Federal

O empresário Constantino de Oliveira, de 86 anos, conhecido como Nenê Constantino, foi condenado por ter ordenado um homicídio. O fundador da GOL Linhas Aéreas foi considerado culpado pela morte de Tarcísio Gomes Ferreira, com quem disputava terras no Distrito Federal, pelo Tribunal do Júri de Taguatinga (DF). O crime aconteceu em fevereiro de 2001. Foi a segunda condenação do empresário relacionada a um assassinato.
Após 28 horas de trabalho, os jurados imputaram ao empresário a pena de 13 anos de prisão, a mesma que recebeu um dos envolvidos na execução de Tarcísio, Vanderlei Batista Silva, de 76 anos.
Outro condenado no caso, João Alcides Miranda, de 69 anos, recebeu pena de 15 anos de prisão. A pessoa indicada como responsável pelos disparos, Adelino Lopes Folha Júnior, já faleceu. Vanderlei Batista e João Miranda teriam feito parte das preparações para o assassinato.
Segundo o processo, o crime ocorreu para o favorecimento financeiro de Nenê Constantino, de quem teria partido a iniciativa para planejar a execução. As penas dos três réus foram aumentadas por que a motivação para o assassinato foi considerada como torpe. O período de prisão de Miranda será 2 anos superior ao dos demais porque foi considerado culpado por um disparo que atingiu um passante, que não era alvo do grupo.
Outro caso
Em maio, Constantino foi condenado pela primeira vez, no processo que tratava da morte de Márcio Brito, líder comunitário da região satélite do Distrito Federal, também em 2001. Por este caso, sua pena, que também inclui o crime de corrupção de testemunha, foi de 16 anos e seis meses de prisão, além de uma multa de 84.000 reais. O processo está em fase de recurso e pode não resultar em prisão em regime fechado, dada a idade avançada do empresário.
O empresário já respondeu também a um terceiro processo de assassinato: foi acusado de ser o mandante do assassinato do então genro, tornando-se réu no processo em 2010. Nesta ação, Constantino acabou, no entanto, sendo absolvido em 2015.
Outro lado
O advogado do fundador da Gol, Pierpaolo Bottini, , não foi encontrado para comentar a segunda condenação, nem retornou aos contatos da reportagem.