‘Não desejo rupturas, mas tudo tem limite’, diz Bolsonaro
Presidente escalou mais um degrau na crise entre poderes neste sábado
O presidente Jair Bolsonaro escalou mais um degrau na crise entre poderes instalada no governo durante um encontro evangélico em Goiânia neste sábado.
“Temos um presidente que não deseja e nem provoca rupturas, mas tudo tem um limite em nossa vida. Não podemos continuar convivendo com isso”, disse ele, em discurso transmitido pela TV Brasil.
A menção à ruptura foi a primeira de três ameaças que o presidente fez nesta manhã. Ele falava da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de mandar as redes sociais suspenderem pagamentos de propaganda a canais de fake news bolsonarista.
Sem citar nomes, mas referindo-se a magistrados de tribunais superiores, afirmou que “uma ou duas pessoas tentam perverter a ordem pública com medidas revanchistas” e usou uma fake news para supostamente defender a liberdade de expressão.
“Quando um presidente do Tribunal Superior Eleitoral desmonetiza páginas de apoiadores do governo, ele abre brechas para que presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais façam a mesma coisa para defender o seu respectivo governador. Isso não é democracia. A liberdade de expressão tem que valer para todos”, disse ele.
Bolsonaro ameaçou o Judiciário quando lembrou ao público que diversos líderes evangélicos estarão presentes na marcha em apoio ao governo convocada para o feriado do dia 7 de setembro.
Ele disse que espera que nenhum juiz “queira tomar medidas para conter esse movimento” e que “a liberdade de se manifestar está garantida na Constituição e não prevê regulamentação”.
Por fim, o presidente disse que existem três alternativas possíveis para seu futuro: ser preso, morto ou sair vitorioso. Sobre ser preso, fez uma ameaça digna de faroeste ao garantir que nunca responderia por qualquer de seus atos na presidência.
“Podem ter certeza, a primeira alternativa, preso, não existe. Nenhum homem aqui na terra vai me amedrontar”, disse ele. “Não devo nada a ninguém e ninguém deve nada a mim também”.