Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

MPF denuncia jornalista Glenn Greenwald e hackers por invasão de celulares

Procurador acusa editor do Intercepet Brasil de ter orientado criminosos

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 19h30 - Publicado em 21 jan 2020, 12h57

O Ministério Público Federal apresentou uma denúncia contra sete pessoas na Operação Spoofing, que investiga a atuação de hackers nas invasões de aplicativos de mensagens de autoridades da República. Entre os acusados está o jornalista americano Glenn Greenwald, editor do site Intercepet Brasil – que, sem ser investigado, poderá responder pelos crimes de associação criminosa, interceptação telefônica e invasão de dispositivo informático alheio.

Greenwald, responsável por revelar o escândalo da Vaza Jato, não era alvo da Operação Spoofing. O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes proibiu que a Polícia Federal apurasse a atuação do jornalista no “exercício regular de sua profissão”. Por essa razão, ele não foi indiciado na conclusão do inquérito. No entanto, o procurador Wellington Divino de Oliveira teve um entendimento diferente. Segundo ele, durante a análise de um computador apreendido na casa de um dos hackers foi encontrado um áudio de uma conversa entre o estudante Luiz Molição, integrante da quadrilha, e Greenwald. No diálogo, segundo o MPF, o jornalista orienta o grupo a apagar as mensagens trocadas entre eles, “caracterizando clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos”.

No documento apresentado à Justiça Federal, o MPF ainda afirma que a “ liberdade de imprensa é pilar base de um Estado Democrático de Direito e faz parte do papel da mídia desnudar as entranhas dos esquemas de poder e corrupção que assolam o país”. “Diferente é a situação em que o ‘jornalista’ recebe material ilícito enquanto a situação delituosa ocorre e, tendo ciência de que a conduta criminosa ainda persiste, mantém contato com os agentes infratores e ainda garante que os criminosos serão por ele protegidos, indicando ações para dificultar as investigações e reduzir a possibilidade de responsabilização penal”, diz o procurador Wellington Oliveira.

Em seu perfil no Twitter, Greenwald disse que a denúncia apresentada contra ele “é um ataque à liberdade de imprensa, ao STF, às conclusões da PF e à democracia brasileira”. “Não seremos intimidados pelo abuso do aparato do estado nem pelo governo Bolsonaro”, afirmou o jornalista. Em nota, o editor do Intercepet Brasil ainda reforçou: “A Polícia Federal, examinando todas as mesmas evidências citadas pelo Ministério Público, declarou explicitamente que não apenas nunca cometi nenhum crime, mas também exerci com extrema cautela como jornalista, nem cheguei a qualquer participação. Até a Polícia Federal, sob o comando do ministro Moro, disse que está claro para qualquer pessoa: eu não fiz nada além do meu trabalho como jornalista – eticamente e dentro da lei”. A denúncia, segundo Greenwald, é uma “tentativa óbvia de atacar a imprensa livre em retaliação pelas revelações que relatamos  sobre o ministro Moro é o governo Bolsonaro”.

Além de Greenwald, foram denunciados Walter Delgatti Neto, Thiago Eliezer Martins Santos, Gustavo Henrique Elias Santos, Luiz Molição, Danilo Cristiano Marques e Suelen Priscila de Oliveira. Eles são apontados como integrantes de um esquema criminoso de invasões de celulares e fraudes bancárias. De acordo com o MPF, foram comprovadas 176 invasões de celulares. Dentre as vítimas, estão o ministro da Justiça Sergio Moro e procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba.

A primeira vítima, conforme VEJA revelou, foi o deputado Eduardo Bolsonaro. Os ataques, realizados em março de 2019, estenderam-se a outros integrantes da família presidencial, parlamentares, ministros do governo e membros do judiciário. Alguns alvos foram monitorados em tempo real. Os crimes só foram encerrados em julho, quando a Polícia Federal prendeu quatro pessoas no interior de São Paulo. Dois meses depois, outros suspeitos foram detidos. Após os depoimentos dos envolvidos no esquema e da análise de material apreendido, a Polícia Federal resolveu indiciar seis pessoas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.