MP mira quadrilha de miliciano que explora venda de areia no Rio
De acordo com as diligências, a quadrilha de Tandera, segundo maior miliciano do estado, atua em areais na Baixada Fluminense

Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, é o principal alvo de uma operação conjunta entre o Ministério Público e a Polícia Civil contra uma quadrilha de milicianos, acusada de extrair e comercializar areia ilegalmente. Ao todo, 13 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão são cumpridos na ação, que mira endereços na Baixada Fluminense, nos municípios de Seropédica e Itaguaí. Até o momento, cinco suspeitos foram presos.
Segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado e dos setores de inteligência da Polícia Civil, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro. da pelas investigações.
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O esquema, que chega a gerar receitas na ordem de 300.000 reais mensais, foi revelado por VEJA no início de abril. Um relatório da Ação Contra os Crimes Ambientais, Minerais e Tráfico de Animais Silvestres (ACCAMTAS) mostra que os municípios de Seropédica e Itaguaí são responsáveis pelo fornecimento de 85% da areia da região metropolitana do Rio de Janeiro, mas tem somente 21% dos direitos minerários para esse tipo de material.
As diligências também apontaram que os criminosos torturaram vítimas, como mostram vídeos obtidos pelos investigadores.
Na última semana, agentes da Polícia Federal e Civil atuaram em conjunto para destruir equipamentos utilizados na extração do minério na região. A ação, feita sem precauções ambientais, polui o lençol freático e o Rio Guandu, uma das principais fontes de abastecimento do estado do Rio de Janeiro.
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Chefe do grupo, Danilo Dias Lima, recebeu a alcunha de Tandera, por ter tatuado no peito o “Olho de Tandera”, do desenho Thundercats. Segundo informações, a animação marcou sua infância e, por nostalgia, o criminoso quis homenagear a produção.