MP do Rio denuncia Rogério de Andrade como mandante da morte de bicheiro
Patrono da escola de samba Mocidade e outros cinco homens foram acusados de homicídio qualificado pela morte do contraventor Fernando Iggnácio

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o bicheiro Rogério de Andrade como mandante do assassinato do contraventor Fernando Iggnácio, executado a tiros no dia 10 de novembro do ano passado. A denúncia foi apresentada para a 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri do Rio nesta sexta-feira, 12. Ele e outros cinco homens foram denunciados por homicídio qualificado.
Andrade e Iggnácio são, respectivamente, sobrinho e genro do bicheiro Castor de Andrade, morto em 1997 e que é tema do documentário homônimo lançado recentemente pela Globoplay. A motivação do crime é a disputa pelo espólio do patriarca da família, que há décadas deixa um rastro de mortes e execuções.
Segundo a denúncia, Marcio Araujo de Souza, um dos responsáveis pela segurança pessoal de Rogério de Andrade, foi o responsável por contratar, a mando de Rogério, outros quatro denunciados para executarem o crime: Rodrigo Silva das Neves, Ygor Rodrigues Santos da Cruz, vulgo Farofa, Pedro Emanuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro, vulgo Pedrinho, e Otto Samuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro. Os três últimos estão foragidos. Das Neves e Souza, por sua vez, foram presos pela polícia no decorrer das investigações.
A investigação da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou que Rodrigo das Neves e Ygor da Cruz já trabalharam como seguranças da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo patrono é Rogério de Andrade.
De acordo com a denúncia do MP do Rio, por volta das 9h, os acusados pela execução chegaram de automóvel ao local do crime. Três deles invadiram o terreno baldio que faz divisa com o heliporto, munidos de, pelo menos, duas armas de fogo longas (fuzis PARA FAL e AK-47, ambos de calibre 7,62 mm).
Após aguardarem por cerca de quatro horas, Fernando Iggnácio desembarcou em seu helicóptero, retornando de Angra dos Reis. Os denunciados, então, posicionaram suas armas em cima do muro contíguo ao do estacionamento do heliporto, a uma distância de, aproximadamente, quatro metros do local onde estava estacionado o automóvel dele. A vítima foi alvejada com três disparos, um deles na região da cabeça.