Brasil

‘Menu do crime’: operação mira na entrada de drogas e celulares dentro de quentinhas em presídios do Rio

Esquema contava com funcionários de empresa de entrega de marmitas e policiais penais

Por Ludmilla de Lima SEGUIR SEGUINDO 17 jun 2025, 12h25

Policiais civis cumprem mandados de busca e apreensão dentro da operação "Menu do crime" (Policia Civil do Rio/Reprodução)

Uma organização criminosa que usava quentinhas para levar drogas, celulares e outros itens para dentro de presídios é alvo nesta terça-feira, 17, de uma operação no Rio. Policiais civis e agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) cumprem mandados de busca e apreensão em 31 endereços da capital e de Baixada Fluminense após investigação apontar pelo menos 16 envolvidos no esquema.

A operação “Menu do crime”, que busca informações sobre o grupo, foi deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) a partir de um relatório da inteligência da Seap sobre apreensões de itens proibidos no interior do Presídio Nelson Hungria (Bangu 7) no dia 16 de setembro de 2023. Na ocasião, o motorista de uma van de entrega de marmitas foi preso dentro do complexo. No veículo, havia farto volume de drogas e equipamentos: foram encontrados 20 quilos de maconha e cocaína; 71 celulares; 19 chips; 96 carregadores; 96 fones de ouvido e três balanças de precisão. A entrada de todos esses itens havia sido facilitada, e dois agentes da Seap acabaram presos.

Funcionários e policiais envolvidos

A polícia sabe que o esquema começava com o aliciamento de funcionários da empresa fornecedora de quentinhas. Com ajuda dessas pessoas, as vans partiam para a entrega sem os lacres corretos, com os veículos sendo desviados no caminho até Bangu. Em endereços específicos, as quentinhas com comida eram trocadas por outras adulteradas.

Todo o sistema da bandidagem contava com ajuda de policiais penais, que não realizavam as vistorias necessárias para permitir a chegada das “encomendas” até os presos.