Maioria da população já sofreu com eventos climáticos extremos
Chuvas muito fortes já impactaram 20% dos brasileiros

Uma constante nos últimos tempos, os eventos climáticos extremos têm interferido na vida da maioria das pessoas. Não é diferente com a da população brasileira. Sete em cada dez pessoas afirmam ter vivenciado essa situação no país, de acordo com levantamento encomendado pelo Instituto Pólis, divulgado nesta segunda-feira, 4. A pesquisa foi realizada presencialmente em todas as regiões do país. O período de coleta das respostas foi de 22 a 26 de julho.
Os eventos que mais atingiram a população são relacionados a grandes volumes de água e à falta do recurso:
- chuvas muito fortes (20%)
- seca e escassez de água (20%)
- alagamentos, inundações e enchentes (18%)
- temperaturas extremas (10%)
- apagões de energia (7%)
- ciclones e tempestades de vento (6%)
- queimadas e incêndios (5%)
Ao todo, 1.960 (98%) dos 2 mil entrevistados ouvidos pelos pesquisadores responsáveis pelo estudo expressaram preocupação com uma nova ocorrência de um evento dessa magnitude. Os eventos que mais geram receio na população são:
- falta d’água ou seca (34%)
- alagamentos, inundações e enchentes (23%)
- queimadas e incêndios (18%)
- chuvas muito fortes (17%)
- temperaturas extremas (16%)
- deslizamentos de terra (14%)
- escassez de alimentos e fome (14%)
- ciclones e tempestades de vento (13%)
- ocorrência de novas pandemias sanitárias (13%)
Os pesquisadores destacam ainda que há questões que atemorizam mais especificamente determinadas classes sociais ou regiões do país. Ciclones e tempestades de vento, por exemplo, preocupam proporcionalmente mais a população da Região Sul (29% frente à média nacional, de 13%). Já alagamentos, inundações e enchentes preocupam mais as classes D e E (25%) do que as classes A e B (19%).
Fontes renováveis?
A parcela de pessoas que diz apoiar investimentos em fontes renováveis de energia é também significativa, de 84%. Além disso, o petróleo é mencionado por 73% dos participantes como algo diretamente associado à piora da crise climática. O carvão mineral e o gás fóssil são lembrados por 72% e 67%, respectivamente.
O diretor executivo do Instituto Pólis, Henrique Frota, ressalta que o que se pode concluir da pesquisa é que o custo político sobe à medida que as autoridades governamentais insistem em apostar nas fontes não renováveis. Além disso, ele afirma que “os números mostram que os brasileiros querem investimento prioritário em fontes renováveis e entendem essa decisão como fundamental para o combate às mudanças climáticas”.
(Com Agência Brasil)