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Luz contra o câncer de mama: nova tecnologia pretende descobrir focos da doença

Protótipo vai além da mamografia e 'ilumina' regiões que podem esconder tumores; mulheres com tecido mamário denso podem ser beneficiadas

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2025, 11h36 - Publicado em 15 Maio 2025, 10h00

Um protótipo de um novo modelo de exame para detecção de câncer de mama tem se mostrado promissor para a visualização de tumores em mulheres com tecido mamário denso, condição que afeta até 40% das pacientes e que costuma interferir nos resultados da mamografia, o tradicional exame para detecção precoce da doença indicado a partir dos 40 anos.

A tecnologia em desenvolvimento utiliza imagem molecular da mama (MBI, na sigla em inglês), que usa um traçador radioativo, mas em uma versão aprimorada de baixa dose. Ela é capaz de “iluminar” pontos com o tumor de mama. O objetivo do método é resolver um problema que interfere nos achados das mamografias.

Para compreender esse gargalo, é preciso entender a formação das mamas. Elas são constituídas por tecido adiposo, a gordura, e o tecido fibroangular. Nas pacientes que têm esse segundo tipo em grande quantidade, o resultado da mamografia apresenta regiões com tom esbranquiçado. A questão é que o câncer de mama também aparece como uma mancha branca, o que pode confundir os especialistas.

O protótipo da nova máquina está sendo desenvolvido desde 2022 pelo grupo de tecnologia Kromek em parceria com os Hospitais de Newcastle, a Universidade de Newcastle e a University College London (UCL). O investimento no projeto é de 2,5 milhões de libras.

“Cerca de 40% das mulheres têm tecido mamário denso, mas isso só fica evidente quando elas fazem uma mamografia. Encontrar novas tecnologias que possam melhorar nossa capacidade de detectar câncer de mama em mamas densas é realmente importante”, disse, em comunicado, Nerys Forester, radiologista consultora em mama e líder do projeto de radiologia mamária nos Hospitais de Newcastle. “Nossa esperança é de que essa tecnologia possa, no futuro, salvar vidas (que estão sendo) perdidas para o câncer de mama.”

Menos radiação

Um diferencial do protótipo em relação à imagem molecular de mama tradicional é a emissão de até oito vezes menos radiação com resultados precisos.

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“Com detectores de telureto de cádmio e zinco de última geração e eletrônica avançada, essa tecnologia proporciona varreduras mais rápidas com uma dose menor, transformando uma imagem 2D padrão em uma visão 3D precisa”, explicou, também em comunicado, Arnab Basu, diretor-executivo da Kromek.

Permitir a detecção dos tumores em mamas com tecidos densos é ainda uma forma de iniciar tratamentos precocemente, o melhor meio para eliminar a lesão e curar as pacientes.

“Este projeto representa uma oportunidade importante para avançar na detecção do câncer de mama e melhorar as opções de diagnóstico para mulheres com tecido mamário denso”, afirmou, em nota, Kris Thielemans, professor de física de imagem médica da UCL.

Importância da mamografia

Este projeto é um protótipo e ainda vai ser submetido a testes clínicos. Enquanto seus benefícios não são validados, a melhor forma de detecção precoce do câncer de mama é por meio da mamografia, indicada para pacientes com mais de 40 anos como exame anual.

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Segundo o Panorama do Câncer de Mama, iniciativa feita pelo Instituto Natura em parceria com o Observatório de Oncologia, o Brasil conseguiu recuperar a queda no número de mamografias ocorrida na pandemia e registrou, em 2023, um aumento de 5,7% em relação ao ano de 2019. Os dados foram divulgados em outubro do ano passado e consideraram informações do DataSUS, do Ministério da Saúde.

No entanto, ainda há desinformação. Um levantamento também do instituto, o Índice de Conscientização sobre o Câncer de Mama, realizado com 1.520 mulheres de 18 a 70 anos, mostrou que apenas 66% das entrevistadas citaram a mamografia como o exame capaz de indicar suspeita de câncer de mama. A margem de erro é de 2,5%.

“O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, é o que mais mata mulheres, mas, com a detecção precoce, há 95% de chance de cura. Precisamos quebrar o tabu de ‘quem procura acha’. A saúde das mamas tem de ser um hábito”, diz Mariana Lorencinho, líder de Saúde das Mulheres do Instituto Natura.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 73.610 novos casos da doença por ano e 18.361 mortes, das quais 220 são de homens, que também podem manifestar o tumor, embora seja raro.

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Sintomas do câncer de mama

  • Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
  • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
  • Alterações no bico do peito (mamilo) como retrações
  • Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
  • Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
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