Lula: ‘Não vai existir garimpo ilegal’
Presidente visitou Boa Vista (RR), onde viu de perto a situação de indígenas sujeitos à desnutrição
Sem citar prazos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado, 21, em Boa Vista, capital de Roraima, que acabará com o garimpo ilegal na região. Em rápida entrevista coletiva, em que usava um colar indígena, o petista afirmou que médicos irão à aldeia Yanomami, que vive uma crise sanitária, detectada pelo Ministério da Saúde.
“Não vai existir garimpo ilegal. Eu sei das dificuldades que há em tirar. Mas vamos tirar. Vamos civilizar o tratamento dado aos indígenas. A Saúde deve ir na aldeia, e não a aldeia vir à cidade”, disse Lula. “Nós vamos levar muito a sério essa história de acabar com o garimpo ilegal. É importante as pessoas saberem que esse país mudou de governo que vai agir com rigor no combate ao garimpo”, acrescentou.
Ao ser questionado como acabaria com o garimpo ilegal, o governante resumiu dizendo apenas que “não vai mais existir garimpo ilegal” e que sabe “da dificuldade de se tirar o garimpo ilegal”. “Já se tentou outras vezes, mas eles voltam. O que eu posso dizer é que nós vamos tirar.”
O presidente também demonstrou perplexidade com as imagens que viu. “Eu não acreditava que ia ver as pessoas com a fome que estão. Quase todos se queixavam da comida. Vi crianças magrinhas, certamente por falta de vitamina. Vamos cuidar para que eles sejam tratados como seres humanos de primeira classe. É desumano o que vi aqui”, afirmou. “Uma das formas de a gente fazer isso é montar um plantão da Saúde lá na aldeia. Fica mais fácil a gente transportar 10 médicos que uma aldeia”, completou Lula.
O presidente voou para Boa Vista na manhã deste sábado, depois de informado sobre o estado de crianças yanomamis, ao menos oito com desnutrição. O governo deve decretar crise humanitária na região.