Brasil

Lula critica anistia a Bolsonaro durante viagem ao Vietnã: ‘estão tratando como culpado’

Em meio a ameaças de obstrução da pauta por parte da oposição na Câmara, presidente disse que não conversou sobre o tema com Hugo Motta

Por Ricardo Ferraz SEGUIR SEGUINDO 29 mar 2025, 09h47

Vietnam's communist party general secretary To Lam (C-R) and Brazil's President Luiz Inacio Lula da Silva (C-L) sit during a meeting at the Office of the Party Central Committee in Hanoi on March 28, 2025. (Photo by An Nguyen / AFP) — Lula participa de visita ao Vietnã, onde foi recebido pelo secretário geral do Partido Comunista, To Lam (An Nguyen/AFP)

Durante visita presidencial à Ásia, em sua última agenda no Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o projeto de anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro que pode beneficiar o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal. O mandatário brasileiro questionou o momento em que a oposição tenta fazer o projeto andar na Câmara dos Deputados, uma vez que o julgamento mal teve início.

“É impressionante que os advogados do cidadão que está pedindo anistia não digam para ele que primeiro eles vão absolver o cidadão, que se absolver não tem anistia. Mas eles já estão tratando como se ele fosse culpado”, disse em conversa com jornalistas ao final do seminário que tratou de parcerias comerciais entre o Brasil e o país asiático. “Ele não está querendo nem se defender porque ele sabe, no subconsciente dele, que ele fez todas as bobagens que está sendo acusado”, completou.

O Partido Liberal, que conta com 94 deputados, promete obstruir os trabalhos e votações caso o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não leve o projeto à apreciação de seus pares. Apesar disso, Lula afirmou que não conversou sobre o assunto com ele ou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Os dois chefes do poder legislativo integram a comitiva.

Continua após a publicidade

“Você acha que eu iria convidar o presidente da Câmara e o presidente do Senado para discutir, a 11 mil metros de altura, problemas que eu posso discutir em terra, na minha casa, na casa deles, no Senado ou na presidência da República?”, indagou o presidente.”Eu tenho certeza que a anistia não é um tema principal para ninguém, a não ser para quem está se culpabilizando”, finalizou.

Continua após a publicidade