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Líder indígena, cacique Raoni está internado em hospital em Mato Grosso

Seu estado é considerado estável, mas ainda não há previsão de alta

Por Mariana Zylberkan Atualizado em 18 jul 2020, 15h26 - Publicado em 18 jul 2020, 15h16

O líder indígena da etnia caiapó cacique Raoni está internado desde a última quinta-feira (16) em um hospital particular na cidade de Colíder (MT), localizada a cerca de 600 quilômetros de Cuiabá. Seu estado de saúde é considerado estável.

Raoni passou mal e foi diagnosticado com quadro de desidratação e desnutrição após desenvolver estado depressivo desde a morte de sua mulher, Bekwykà, no último dia 24, com quem estava casado há 80 anos. Ela enfrentava complicações de uma diabetes avançada e tinha dificuldades para enxergar e se locomover.

O cacique tem por volta de 89 anos (não há documentos que comprovem sua data de nascimento exata) e sua idade avançada preocupa familiares e a equipe médica que o acompanha. Foi descartada infecção pelo coronavírus, segundo testes realizados no momento da internação e por uma tomografia de pulmão, que não apontou alterações.

Em outubro do ano passado, Raoni foi alvo de campanha internacional para ser um dos indicados a concorrer o prêmio Nobel da Paz pela sua atuação em defesa dos povos da Amazônia. A campanha começou a tomar força justamente no momento em que o presidente Jair Bolsonaro passou a atacar o cacique em público. Em uma de suas declarações, o presidente desdenhou da preocupação em torno dos índios e da Amazônia, dizendo que o interesse real é pelo minério não explorado na floresta. Ao final, deu uma nova cutucada no cacique. “Raoni não fala por todos os índios. É outro que vive tomando champanhe em outros países por aí”, declarou.

“Ele (Bolsonaro) não aceita conversar comigo, diz que eu não sou autoridade. Eu quero dizer que eu sou cacique, assim como meus ancestrais foram. Eu lidero uma comunidade. do jeito que o presidente fala da Amazônia, acho que quem não é autoridade é ele”, rebateu Raoni em entrevista a VEJA.

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