‘Jamais vi esse documento’, afirma general Heleno sobre ‘minuta do golpe’
Ex-chefe do GSI de Bolsonaro depõe nesta quinta-feira à CPI da Câmara Legislativa do DF sobre os atos de 8 de janeiro

O general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), negou ter conhecimento da ‘minuta do golpe’, como ficou conhecido o documento encontrado pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, com o esboço de um decreto para que o ex-presidente Jair Bolsonaro mudasse o resultado das eleições de 2022. “Jamais vi esse documento, jamais participei de reuniões com o presidente e não acredito que ele tenha participado de reuniões que tratasse desse assunto”, afirmou Heleno nesta quinta-feira, 1º, em depoimento n CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal que investiga os atos de 8 de janeiro em Brasília.
Heleno é um dos investigados pela comissão, que apura os responsáveis por orquestrar os ataques aos prédios dos Três Poderes na capital federal por apoiadores de Bolsonaro que contestavam a vitória de Lula nas eleições. O general também disse que não concorda com o uso da palavra “golpe” para se referir ao que chamou de “manifestação de insatisfação” por parte dos eleitores bolsonaristas.
Além de envolvimento em atos golpistas, o ex-chefe do GSI chegou a ser denunciado pelo procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, por ter autorizado a atividade de garimpo em áreas próximas à Terra Indígena Yanomami, em Roraima.